Capacidades cognitivas (Tony Attwood em Lisboa X)
Também nesta área costumam ser de extremos: ou são muito bons ou são péssimos.
Podem ser verbalizadores ou visualizadores, aprendendo melhor através das palavras ou das imagens.
Cerca de 50% dos Aspies tem capacidades verbais acima da média mas que não são acompanhadas de capacidades de compreensão ao mesmo nível. Devem ser ensinados a ler e a entender o que lêem através de resumos de histórias ou de discussões sobre temas, de preferência na relação de um para um e não em conversas sociais.
Cerca de um em cada cinco Aspies tem capacidades visuais acima da média e por isso aprendem melhor através das imagens do que da leitura. São aqueles para quem literalmente uma imagem vale mais que mil palavras. É preciso ensiná-los a converter os pensamentos e as imagens em palavras.
A sua maneira de aprender e de pensar é sempre muito diferente da dos neurotípicos, dando sempre maior atenção aos objectos do que às pessoas e aos pormenores do objecto do que à sua imagem global.
Os Aspies têm um medo patológico de errar e isso é avassalador para eles mesmo em termos fisiológicos – podem ficar doentes, agoniados, com febre.
Dificuldades de aprendizagem comuns: distraem-se facilmente; têm dificuldade em resolver problemas – a sua mente funciona como um comboio de um só carril; têm medo de errar; não são capazes de se organizar – material escolar, trabalho de casa, testes; não parecem aceitar conselhos nem aprender com os seus próprios erros – de uma próxima vez usará a mesma estratégia apesar de ser a errada; têm dificuldades em tarefas com um tempo de duração ou com múltiplas tarefas sucessivas e diferentes.
O social não lhes interessa e por isso é mais fácil para eles desenvolverem as suas capacidades académicas, o que deve também ser incentivado pelos pais quando as suas capacidades sociais são muito pobres. O seu sucesso escolar aumenta a sua auto-estima e defende-os da depressão.
Cerca de 75% dos Aspies sofrem de Perturbação de Deficit de Atenção por isso podem necessitar de intervenção profissional nessa área.
Têm tendência para esquecer rapidamente um pensamento, para esquecer o que mandaram fazer como TPC, para se organizarem ao fazer um teste, distinguindo o que é mais fácil ou mais rápido de fazer e em considerar alternativas para a resolução do problema, pois para eles só há sempre uma solução – my way síndrome.
Nunca pedem ajuda porque não consideram sequer a possibilidade de estarem errados.
Perdem totalmente o raciocínio se são interrompidos.
Ficam confusos e em stresse se houver uma alteração das tarefas, do tipo ou da ordem de execução.
Têm de terminar as tarefas até ao fim pois não conseguem deixar uma tarefa a meio e passar de imediato para outra. Porque o objectivo de uma tarefa é o resultado final!
Pensam a preto e branco e não se preocupam em saber se existe mais do que uma resposta ou solução para um problema.
Têm de ter certezas inabaláveis e é por isso que têm o hábito de repetir vezes sem conta a mesma pergunta. Só deixam de fazer essa pergunta quando se sentem seguros. Aliás, o que é repetitivo dá-lhes segurança (ao contrário da surpresa) e por isso adoram interruptores de luz, a rotação das máquinas de lavar e ver muitas vezes o mesmo filme.
O que podemos fazer?
Um Aspie precisa sempre de uma secretária executiva, normalmente a mãe ou o pai e, mais tarde, para os que conseguem, o seu parceiro ou parceira.
Crie horários de actividades ou sequências de actividades que deverão incluir o que fazer e com quem fazer, a hora para fazer e a duração da tarefa que terminará quando estiver completa ou quando tocar o despertador (em geral adoram despertadores!).
Nunca chamar-lhe estúpido ou dar-lhe a entender que não consegue aprender porque não é suficientemente inteligente. É a sua inteligência que o mantém vivo e lhe dá a capacidade de se sentir superior a todos os outros que conseguem interagir socialmente.
Quando quiser motivá-lo apele à sua inteligência e não a uma atitude de ser bonzinho ou de fazer algo para nos agradar. Ele não compreende nem se interessa por esse resultado final.
O grande objectivo de um Aspie é recolher informação, adquirir conhecimentos e conhecer a verdade. Por isso, quando se relaciona connosco o seu maior interesse é recolher informação e não afecto e a verdade é para eles a realidade fáctica que os circunda.
Tenha atenção aos sinais exteriores de stresse – os tiques, a agitação motora, os gestos repetitivos, o ar carrancudo – pois significam que estão com o cérebro sobrecarregado, estão confusos. Dê-lhes isolamento ou deixe-os na sua actividade preferida de modo a que relaxem. Tal poderá evitar a necessidade de medicação.
Em casa, não insista muito em corrigir certos comportamentos inadequados, deixe-o relaxar no único habitat que não lhe é desfavorável. No entanto, tente corrigir esses comportamentos no exterior apelando sempre à lógica e criando raciocínios cujo objectivo ou resultado final é prático.
maria martin
Podem ser verbalizadores ou visualizadores, aprendendo melhor através das palavras ou das imagens.
Cerca de 50% dos Aspies tem capacidades verbais acima da média mas que não são acompanhadas de capacidades de compreensão ao mesmo nível. Devem ser ensinados a ler e a entender o que lêem através de resumos de histórias ou de discussões sobre temas, de preferência na relação de um para um e não em conversas sociais.
Cerca de um em cada cinco Aspies tem capacidades visuais acima da média e por isso aprendem melhor através das imagens do que da leitura. São aqueles para quem literalmente uma imagem vale mais que mil palavras. É preciso ensiná-los a converter os pensamentos e as imagens em palavras.
A sua maneira de aprender e de pensar é sempre muito diferente da dos neurotípicos, dando sempre maior atenção aos objectos do que às pessoas e aos pormenores do objecto do que à sua imagem global.
Os Aspies têm um medo patológico de errar e isso é avassalador para eles mesmo em termos fisiológicos – podem ficar doentes, agoniados, com febre.
Dificuldades de aprendizagem comuns: distraem-se facilmente; têm dificuldade em resolver problemas – a sua mente funciona como um comboio de um só carril; têm medo de errar; não são capazes de se organizar – material escolar, trabalho de casa, testes; não parecem aceitar conselhos nem aprender com os seus próprios erros – de uma próxima vez usará a mesma estratégia apesar de ser a errada; têm dificuldades em tarefas com um tempo de duração ou com múltiplas tarefas sucessivas e diferentes.
O social não lhes interessa e por isso é mais fácil para eles desenvolverem as suas capacidades académicas, o que deve também ser incentivado pelos pais quando as suas capacidades sociais são muito pobres. O seu sucesso escolar aumenta a sua auto-estima e defende-os da depressão.
Cerca de 75% dos Aspies sofrem de Perturbação de Deficit de Atenção por isso podem necessitar de intervenção profissional nessa área.
Têm tendência para esquecer rapidamente um pensamento, para esquecer o que mandaram fazer como TPC, para se organizarem ao fazer um teste, distinguindo o que é mais fácil ou mais rápido de fazer e em considerar alternativas para a resolução do problema, pois para eles só há sempre uma solução – my way síndrome.
Nunca pedem ajuda porque não consideram sequer a possibilidade de estarem errados.
Perdem totalmente o raciocínio se são interrompidos.
Ficam confusos e em stresse se houver uma alteração das tarefas, do tipo ou da ordem de execução.
Têm de terminar as tarefas até ao fim pois não conseguem deixar uma tarefa a meio e passar de imediato para outra. Porque o objectivo de uma tarefa é o resultado final!
Pensam a preto e branco e não se preocupam em saber se existe mais do que uma resposta ou solução para um problema.
Têm de ter certezas inabaláveis e é por isso que têm o hábito de repetir vezes sem conta a mesma pergunta. Só deixam de fazer essa pergunta quando se sentem seguros. Aliás, o que é repetitivo dá-lhes segurança (ao contrário da surpresa) e por isso adoram interruptores de luz, a rotação das máquinas de lavar e ver muitas vezes o mesmo filme.
O que podemos fazer?
Um Aspie precisa sempre de uma secretária executiva, normalmente a mãe ou o pai e, mais tarde, para os que conseguem, o seu parceiro ou parceira.
Crie horários de actividades ou sequências de actividades que deverão incluir o que fazer e com quem fazer, a hora para fazer e a duração da tarefa que terminará quando estiver completa ou quando tocar o despertador (em geral adoram despertadores!).
Nunca chamar-lhe estúpido ou dar-lhe a entender que não consegue aprender porque não é suficientemente inteligente. É a sua inteligência que o mantém vivo e lhe dá a capacidade de se sentir superior a todos os outros que conseguem interagir socialmente.
Quando quiser motivá-lo apele à sua inteligência e não a uma atitude de ser bonzinho ou de fazer algo para nos agradar. Ele não compreende nem se interessa por esse resultado final.
O grande objectivo de um Aspie é recolher informação, adquirir conhecimentos e conhecer a verdade. Por isso, quando se relaciona connosco o seu maior interesse é recolher informação e não afecto e a verdade é para eles a realidade fáctica que os circunda.
Tenha atenção aos sinais exteriores de stresse – os tiques, a agitação motora, os gestos repetitivos, o ar carrancudo – pois significam que estão com o cérebro sobrecarregado, estão confusos. Dê-lhes isolamento ou deixe-os na sua actividade preferida de modo a que relaxem. Tal poderá evitar a necessidade de medicação.
Em casa, não insista muito em corrigir certos comportamentos inadequados, deixe-o relaxar no único habitat que não lhe é desfavorável. No entanto, tente corrigir esses comportamentos no exterior apelando sempre à lógica e criando raciocínios cujo objectivo ou resultado final é prático.
maria martin
Com este post fecha-se a série de 10 que o Planeta Asperger dedicou à conferência de Tony Atwood em Portugal. O meu muito obrigado à Mariamartin pela generosidade de os ter escrito e partilhado com todos nós.
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Etiquetas: Características, Co-Morbilidade, Eventos, Movimentos repetitivos