Hoje e há 30 anos, a vida de um «asperger»
Depois de uma experiência meteórica frustrada – durou 3 dias – numa instituição essencialmente vocacionada para a deficiência física, o meu filho entrou numa estrutura vocacionada para o apoio à deficiência mental… Não é o ideal, longe disso… mas é melhor do que «estar em casa»… A única alternativa viável para uma família nuclear muito restrita e sem apoios… Assim é a vida de uma família com um caso de Síndrome de Asperger numa grande cidade…
Há 30 anos atrás, tal não seria preciso… As cidades reproduziam, nos seus bairros, as lógicas das aldeias… Havia relações de vizinhança e de proximidade… Havia sempre alguém em casa… Ou senão, um vizinho dava «uma mãozinha», um familiar vivia perto… E o meu filho estaria naturalmente inserido na sociedade… Numa qualquer função rotineira, mecânica, indiferenciada, mas integrado… Recordo os marçanos das velhas mercearias de bairro, os ajudantes de armazém, os ajudantes de tudo e mais alguma coisa… As famílias eram maiores e estavam geograficamente mais próximas… Havia sempre alguém que tinha um pequeno negócio… A integração fazia-se naturalmente…
Assim, está – digamos assim – semi-institucionalizado…
Veremos o que o futuro nos reserva! É esta a tal «sociedade inclusiva», tão propalada… Quando se fala nela, é porque ela não existe. Há 30 anos não existia a expressão «sociedade inclusiva». Pudera, para quê? Pelo menos nestes casos, ela era de facto inclusiva…
Há 30 anos atrás, tal não seria preciso… As cidades reproduziam, nos seus bairros, as lógicas das aldeias… Havia relações de vizinhança e de proximidade… Havia sempre alguém em casa… Ou senão, um vizinho dava «uma mãozinha», um familiar vivia perto… E o meu filho estaria naturalmente inserido na sociedade… Numa qualquer função rotineira, mecânica, indiferenciada, mas integrado… Recordo os marçanos das velhas mercearias de bairro, os ajudantes de armazém, os ajudantes de tudo e mais alguma coisa… As famílias eram maiores e estavam geograficamente mais próximas… Havia sempre alguém que tinha um pequeno negócio… A integração fazia-se naturalmente…
Assim, está – digamos assim – semi-institucionalizado…
Veremos o que o futuro nos reserva! É esta a tal «sociedade inclusiva», tão propalada… Quando se fala nela, é porque ela não existe. Há 30 anos não existia a expressão «sociedade inclusiva». Pudera, para quê? Pelo menos nestes casos, ela era de facto inclusiva…
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