Quotas SA
Após três meses de actividades ocupacionais numa instituição ligada à deficiência, com vista à adaptação dele à instituição e da instituição a ele, a situação do meu filho, diagnosticado com SA, foi reavaliada. Seguir-se-á um programa ocupacional com a validade de três anos centrado nas três actividades pelas quais mostrou maior apetência e/ou empatia com os monitores ou com as actividades: cerâmica e pintura, alternando com o processamento informático de texto, no qual irá transcrever alguns textos do jornal da associação. Irá ainda ter um programa específico de estimulação da motricidade fina. Eis tudo. Eis o futuro socioprofissional de um jovem com SA em Portugal. A formação profissional que existe naquela instituição visa a integração plena no mercado de trabalho. E não contempla situações de meio-termo. Ou é preto ou é branco. Irei agora averiguar as possibilidades do chamado emprego protegido, que me parece incipiente e é também uma espécie de gueto. Em Portugal não há responsabilidade social das empresas no que diz respeito à integração destas pessoas. As nossas empresas querem apenas e só fazer dinheiro. E a grande preocupação do Estado, hoje, é parecer-se com as empresas. Qual é, então, a solução? Creio que temos o direito e o dever de exigir que os nossos filhos sejam tratados como cidadãos de corpo inteiro. E isso só se resolve com emprego social, com quotas para deficientes, no Estado e nas empresas, iguais ao número de deficientes por mil habitantes. Só mesmo com legislação e com uma entidade reguladora que fiscalize o seu cumprimento e aplicação se consegue a tão falada inclusão. Há pouco lugar para a diferença, hoje...
2 Comentário(s):
Concordo.Sou a mãe de uma menina com quase 16 anos, a qm só mt recentemente foi diagnosticada com o SA.Com mto esforço e boa vontade chegou ao 10ºano.E agora? No 10ºano da escola perto de onde vivemos há tão pouco para a Ana. Há soluções para os "muito deficientes" e para os "normais". E os outros?
Obgd pelo blog.
Exactamente o que nos aconteceu, cá por casa: aos 16 anos, com o 10.º ano... Boa sorte e tudo de bom para a Ana e para si...
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