Incluir ou excluir: escola e profissão!
Já por aqui temos falado de inclusão. Ora, incluir passa por viver em comum em todos os espaços. E sobretudo nos dois espaços capitais onde o ser humano interage ao longo da vida, primeiro na escola e depois na profissão. No caso dos aspergers, penso que a grande maioria são inclusive passíveis de uma inclusão enquadrada naqueles dois meios. Porém, não é a isso que assistimos. Existindo mesmo uma diferença chocante entre a inclusão nesses dois espaços. A escola é, com maiores ou menores problemas e acidentes de percurso, inclusiva. O mercado laboral – público e privado – não é inclusivo. Pelo contrário, é profundamente exclusivo e marcado por lógicas estritamente economicistas. E sendo assim, temos aqui uma contradição insanável nas políticas públicas de inclusão. É que não vale a pena investir numa escola inclusiva até ao 9.º ano – note-se que em breve será até ao 12.º ano - para os jovens com síndrome de asperger e com outras patologias similares, para depois os atirarmos para instituições de deficientes mentais onde ficam apenas ocupados até ao fim da vida! Isto não é consequente. E assim, de duas, uma. Ou apostamos também na sua integração social e laboral e, então, vale a pena o investimento feito até ao final do ensino obrigatório. Ou apenas os ensinamos a ler, escrever e contar e os continuamos a atirar para as instituições onde hoje estão. A situação que actualmente existe é que não só não é consequente como é contraditória.
10 Comentário(s):
Gostaria de parabenizar o seu site sobre as informações passadas.Moro no Brasil, e esta situação de incluir e excluir não é muito diferente.Tenho um filho de 11 anos Asperger e que está com dificuldades na escola que estava,foi transferido para uma especial,que segundo eles vai suprir suas necessidades.Espero estar fazendo o certo,pq penso se,eu o incluir numa classe normal,ele vai continuar tendo os mesmos ou outros novos problemas.Quero ajuda-lo e mostrar pra ele um mundo em que ele pode e deve se incluir.Gostaria de saber tb pq nunca entras no msn,fico conectada horas e gostaria de conhecer mais sobre esse trabalho ok?!
Abraços e bom finalzinho de semana.
Olá, Ana Beatriz. Obrigado pelas suas palavras. É sempre interessante conhecer as experiências do outro lado do Atlântico. Felicidades para si e para o seu filho. Quanto ao MSN, na verdade tenho entrado pouco ultimamente, mas irei em breve dinamizar esta «rede». Porém, tem sempre a alternativa do IRS, que está sempre aberto...
Um abraço
A conclusao a que se chegou no Reino Unido, depois de mais de 20 anos de programas de inclusao nas escolas, e que o mero facto de um aspie estar sentado, dia apos dia, numa sala de aulas nao significa necessariamente que esteja a ser incluido. E mais, com tanta evidencia, tiveram de aceitar que na maior parte dos casos, o que chamavam de 'inclusao escolar' nao passava de uma forma de abuso.
Prof MacBeath told journalists: "Physically sitting in a classroom is not inclusion. Children can be excluded by sitting in a classroom that's not meeting their needs."
The typical secondary school timetable - rushing from physics, to history then French, say - was for some children as bewildering as being "on another planet".
"You might call it a form of abuse, in a sense, that those children are in a situation that's totally inappropriate for them."
The Costs of Inclusion by John MacBeath
Por isso a National Autistic Society esta a fazer uma campanha entitulada Make School Make Sense e muitos pais, conscientes do impacto negativo que a escola esta a ter nos seus filhos, optam pelo ensino domestico. Esta foi a decisao que nos tomamos. Embora practicamente ninguem saiba, o ensino domestico tambem e legal em Portugal. A diferenca e que em Portugal as criancas que sao educadas no ensino domestico teem de seguir o curriculum nacional enquanto que no Reino Unido os pais teem a liberdade de construirem o curriculum que melhor se adapte aos interesses e necessidades da crianca.
Gostei muito de ver seu blog!
Bom, caro Tibetan Star
Não sei se pode chamar extrapolar as conclusões de uma pessoa para todo um país... Do que conheço, o Reino Unido continua a ter uma educação extremamente inclusiva...
Quanto ao ensino doméstico, desculpar-me-á, mas não me parece, nem de perto, nem de longe, a melhor solução, no fundo coloca os portadores da SA ou de autismo ainda e sempre «à margem» e cria duas «sociedades» - a dos autistas e a dos não-autistas -, onde
deveria apenas existir uma...
Obrigado pelo seu comentário e volte sempre
ontem tive o diagnostico através de uma psiquiatra que meu filho realmente tem SA. ESTOU UM TANTO QUANTO SEM rumo sem saber o que fazer. Hoje ele tem 6 anos e 10 meses, esta frequentando uma escola onde está com grande dificuldade na aprendizagem na gramática, pois na matematica ele vai muito bem. Não sei que rumo tomar. vcs podem me ajudar? aguardo e muito obrigada
Olá
Podemos, sem dúvida, ouvi-la, trocarmos impressões, falarmos sobre as nossas mútuas experiências, mas mais do que nós - meros pais - deverá ser a psiquiatra a encaminhá-la a si e ao seu filho para os técnicos e terapeutas especializados neste tipo de patologias. Porém, e no que precisar, disponha.
Grande abraço
Caro asperger
Como eu o compreendo na fixação clubistica do seu filho, pois o meu têm 22 anos e a mesma fixação pelo clube da Luz. Não pelo jogos em si mas por o ambiente envolvente, o que mais lhe interessa são o nº. de cartões exibidos , os jogos que assiste na catedral mantem-se atento ao palavrão do viz. do lado.Sabe a história do clube toda mera estatistica que lhe ocupa imenso espaço útil, talvez para outras funções ,é impressionante tanta matéria prima que se encontra nestes cerebros que depois não conseguem descodificar da forma mais conveniente para o nosso perfil social.
um abraço Maria Viana
Exacto, cara Maria. É tal como diz. Nos «nossos» casos só muda mesmo o «emblema».
Um abraço
Olá!
Gostaria de saber, como funciona o programa de escola individual? Não consegui abrir o link. Tem um jovem de 16 anos que eu auxilio e a adaptação escolar está se tornando um grande problema inclusive de saúde emocional.
Obrigada.
Camila
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