Da adolescência à idade adulta (Tony Attwood em Lisboa VIII)
Nesta fase os jovens procuram a aceitação dos seus pares que se tornam mais importantes do que os próprios pais.
O seu objectivo é serem compreendidos pelos amigos e estes são normalmente os compatíveis consigo em termos de carácter e personalidade.
As dificuldades dos Aspies aumentam com a complexidade cada vez maior das relações sociais, mas por vezes conseguem, sendo bons ouvintes, ser aceites no grupo como os que não fazem ondas.
Podem também partilhar os seus conhecimentos de grupos musicais ou de tantos outros assuntos de interesse para os seus pares e sobre os quais habitualmente sabem muito mais do que eles.
No entanto, um grupo de adolescentes ruidosos, sarcásticos, sexualmente emergentes é verdadeiramente tóxico para um Aspie.
Depois de terem razoavelmente aprendido a lidar com os adultos e com as crianças, agora têm de aprender a relacionar-se com esta terceira espécie de criaturas humanas!
O que podemos fazer?
Incentivá-los a estarem actualizados sobre músicas, artistas, filmes, grupos musicais e a participarem em fóruns na net ou em grupos sociais locais.
Criar-lhes interesses por hobbies.
Ensiná-los a imitar os comportamentos dos outros e a desempenharem um papel no seu grupo de pares como se fossem personagens de uma peça de teatro.
Ensinar-lhes a ler os olhos, o tom da voz, a reconhecer expressões faciais.
No entanto, há uns dias mais autistas do que outros, nos quais a comunicação é mais difícil ou mesmo impossível. Nesses dias, não insista.
Ajudá-los a não reagirem impulsivamente. Como precisam de exemplos práticos, ensine-lhes que é como se estivessem a andar e de repente, perante algo que não entendem, acende-se o sinal vermelho. É preciso parar, dar um passo atrás e pensar na solução para o problema.
Os Aspies necessitam, mais do que os outros, de palavras de elogio e de encorajamento e terem sempre o feedback das suas atitudes positivas pois, por si sós, não aprendem nem com os erros nem com os sucessos.
A minha experiência
Inscrevi-o no clube de damas na escola. Já esteve no de ténis de mesa mas este acabou e no de tiro ao alvo, para o qual não tinha jeito nenhum e por isso desistiu.
Pratica atletismo num clube da cidade, anda na catequese e fomento as brincadeiras na rua ao fim-de-semana com dois miúdos vizinhos junto ao nosso prédio.
O irmão dá-lhe informação sobre actualidade musical e costumam ouvir música juntos e cantar. O irmão é também uma excelente fonte de informação sobre os amigos, as amigas, as paixonetas e todas as coisas características do imaginário de um adolescente.
Vou deixá-lo ver mais vezes os Morangos com Açúcar, apesar do conteúdo, pois parece que para eles é benéfico como forma de aprenderem os comportamentos dos adolescentes, o que está na moda, os assuntos de interesse.
O seu objectivo é serem compreendidos pelos amigos e estes são normalmente os compatíveis consigo em termos de carácter e personalidade.
As dificuldades dos Aspies aumentam com a complexidade cada vez maior das relações sociais, mas por vezes conseguem, sendo bons ouvintes, ser aceites no grupo como os que não fazem ondas.
Podem também partilhar os seus conhecimentos de grupos musicais ou de tantos outros assuntos de interesse para os seus pares e sobre os quais habitualmente sabem muito mais do que eles.
No entanto, um grupo de adolescentes ruidosos, sarcásticos, sexualmente emergentes é verdadeiramente tóxico para um Aspie.
Depois de terem razoavelmente aprendido a lidar com os adultos e com as crianças, agora têm de aprender a relacionar-se com esta terceira espécie de criaturas humanas!
O que podemos fazer?
Incentivá-los a estarem actualizados sobre músicas, artistas, filmes, grupos musicais e a participarem em fóruns na net ou em grupos sociais locais.
Criar-lhes interesses por hobbies.
Ensiná-los a imitar os comportamentos dos outros e a desempenharem um papel no seu grupo de pares como se fossem personagens de uma peça de teatro.
Ensinar-lhes a ler os olhos, o tom da voz, a reconhecer expressões faciais.
No entanto, há uns dias mais autistas do que outros, nos quais a comunicação é mais difícil ou mesmo impossível. Nesses dias, não insista.
Ajudá-los a não reagirem impulsivamente. Como precisam de exemplos práticos, ensine-lhes que é como se estivessem a andar e de repente, perante algo que não entendem, acende-se o sinal vermelho. É preciso parar, dar um passo atrás e pensar na solução para o problema.
Os Aspies necessitam, mais do que os outros, de palavras de elogio e de encorajamento e terem sempre o feedback das suas atitudes positivas pois, por si sós, não aprendem nem com os erros nem com os sucessos.
A minha experiência
Inscrevi-o no clube de damas na escola. Já esteve no de ténis de mesa mas este acabou e no de tiro ao alvo, para o qual não tinha jeito nenhum e por isso desistiu.
Pratica atletismo num clube da cidade, anda na catequese e fomento as brincadeiras na rua ao fim-de-semana com dois miúdos vizinhos junto ao nosso prédio.
O irmão dá-lhe informação sobre actualidade musical e costumam ouvir música juntos e cantar. O irmão é também uma excelente fonte de informação sobre os amigos, as amigas, as paixonetas e todas as coisas características do imaginário de um adolescente.
Vou deixá-lo ver mais vezes os Morangos com Açúcar, apesar do conteúdo, pois parece que para eles é benéfico como forma de aprenderem os comportamentos dos adolescentes, o que está na moda, os assuntos de interesse.
maria martin
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Etiquetas: Adolescência, Amigos, Comportamento Social, Eventos
28 Comentário(s):
Se me permitem, "um grupo de adolescentes ruidosos, sarcásticos, sexualmente emergentes" é verdadeiramente tóxico para qualquer um, principalmente para um aspie. Não me choca o facto de serem bons ouvintes e não levantarem ondas. Acho até que deveremos incentivá-los a tal e facimente aprenderão a ser os apaziguadores do grupo, ou não? Este papel parece-me também bastante importante.
O que me choca é a ideia ensiná-los a comportarem-se como actores no teatro.
Concordo e com o que foi dito sobre os elogios.
Maria Martin, parece-me um bom sinal o seu filho mostrar interesse em ver os Morangos com Açucar. ;)
Beijos a todos.
Caros amigos,
Na semana passada organizaram na escola do meu filho uma festa com os pais,durante a qual faríamos uma prova em conjunto,com corridas de sacos,saltar obstáculos ao pé-coxinho,etc.Só compareceram 10 pais das quase 40 crianças de 2 turmas(o que é habitual no nosso país!)mas foi divertido e no nosso caso,eu e o meu filhote portámo-nos muito bem!!! :-)!Duas mães que sabem que ele tem SA confidenciaram-me que ele tem uma aparência normal e "ninguém diz".Pois...mas nenhum dos filhos delas é amigo dele ou o convida para ir lá a casa...Quando perguntei ao meu filho "então, a mãe esteve bem?" ele respondeu com o seu ar científico "sim, não caíste nenhuma vez".E pronto...
No fds fomos a um casamento e ele brincou o dia todo com as outras crianças,feliz,suado,sujo,como qualquer outro.Mais uma vez alguns membros da família comentaram "não se nota nada", "ele está lindo e óptimo".Eu e o meu marido às vezes interrogamo-nos se as pessoas com tais comentários não pensam que nós é somos "destrambelhados"!
Mas a verdade é a do "quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro" e ontem de manhã o nosso aspie voltou para trás às 8.10h porque quando chegou à escola os colegas lhe disseram que não havia aulas,havia greve,o que ele acreditou...Claro que os outros já perceberam que ele acredita em tudo e já é a 2ª vez que dizem a mesma mentira,na qual ele acredita sem confirmar com o porteiro ou outro funcionário.
E lá tivemos nós que andar de trás para a frente,a correr às 8.30h de casa para a escola,a explicar-lhe que ele não pode acreditar nestas coisas sem confirmar e, pior que tudo,ver nele o sofrimento de ser alvo da chacota e do gozo dos outros.
Desvaneceu-se naqueles poucos minutos alguma satisfação que nos enchera os corações nos 2 episódios anteriores (a festa da escola e o casamento)...e descemos a pique a montanha-russa...
Penso que para todos nós o que mais doi é o sofrimento deles...muito mais do que o nosso.
Hoje tem prova de atletismo e vai de certeza ficar bem classificado o que é muito importante para a sua auto-estima.
E amanhã é outro dia...
Abreijos a todos!
mariamartin
Olá todos
“Esta terceira especíe de criaturas humanas” é muito dificil de lidar, acho ainda mais difícil quando temos alguma capacidade de cerebral organizativa, e só depois de termos passado por esse tumulto hormonal e de rebeldia adolescente, só na idade adulta viremos a ter noção dos nossos conflitos interiores do ser adulto e não ser. Deixemos de filosofia, estou a referir-me a mim própria que apesar de não ter sido uma adolescente problemática acho que tive uns (Qués) de falta de confiança nos meus progenitores. No caso do meu Aspie nada disto se verificou. Na adolescência o nosso castelo ganhou mais importância para ele e a comunição está quase só restrita a nós. E apesar dos imensos conhecimentos, não os partilha com ninguém porque esses conhecimentos tbm estão um pouco baralhados. Chega por esta fase mais uma agravante, a hormonal que vai estar funcional, vai provocar uma maior instabilidade emocional. Quanto a mim, é neste período que eles próprios vão ter a noção da sua diferença. Vamos ter de reforçar ainda mais os nossos afectos a estes nossos “homens”.
Bjs
Caros amigos,
Só para partilhar: o meu menino ganhou mais um 2º prémio na prova de atletismo! Se veio feliz e eufórico? Não! Se foi a 1ª coisa que me disse quando me viu? Não! Se respondeu ao meu xi-coração de parabéns? Não!
O que está a fazer neste momento? A falar com os bonecos do jogo do computador!!!
É esta a diferença...
Hoje e ontem têm sido dias não, para ele e para nós que o vemos mais "confuso".
Quanto ao tema do post:eu também fui uma adolescente com os problemas habituais.Sempre fui muito mais baixa que as outras meninas (na altura os colégios e os liceus eram femininos ou masculinos!)e por isso era constantemente gozada e tinha alcunhas como "piolho eléctrico", "arrastadeira", "formiga atómica", etc., que me deixavam muito mal.O facto de ser boa aluna era mais um foco de chacota das colegas...
O meu pai, da velha guarda,achava que as meninas não podiam sair de casa,não podiam ir para a rua andar de bicicleta a não ser com a criada atrás, etc.
Por isso,não tive uma adolescência nada fácil!!!
Mas nada se compara com o que começo a pressentir no meu filho...
A marginalização,o sentir-se diferente...o ele próprio se isolar cada vez mais.O facto de o vizinho lhe tocar à campainha para ele ir brincar é respondido cada vez mais com uma desculpa "estou a estudar", "tenho de ir tomar banho", "agora não me apetece".
E a maior das dificulodades da nossa parte em explicar-lhe o que é ser amigo, o que os amigos esperam de nós, o que devemos fazer com os amigos...!
Vêm aí tempos difíceis e,por isso,é muito bom ter-vos aqui...para ouvir. Obrigada!
Abreijos de um Alentejo estranhamente chuvoso!
mariamartin
Boa noite. Eu tenho um amiga que tem uma filha que está quase a ser diagnosticada com AS. Eu digo "quase" porque não conseguem decidir se ele encaixa nesse perfil.A diagnóstica é muito importante neste fase por causa da escola. Pois ela precisa de alguém ao seu lado nas aulas. Alguém mais teve isso problem? Podem dar um conselho?
Mandy. Algarve
Cara Isa,
Subescrevo tudo o que referiu no seu comentário.
Um abraço!
Cara Ana,
Continue a acreditar no futuro do seu filho
Um abraço!
Caro Asper,
Passados seis meses sobre a avaliação inicial, estive esta semana na Cadin para uma reavaliação – resultado oficioso - tudo bem e com evolução visível.
Durante breves minutos (muito breves) troquei algumas impressões, com a técnica que avaliou e reavaliou o meu filho, sobre a Sindrome e o conhecimento que dela se tem. A dado momento diz ela: “sabe, ainda estamos um pouco na pré-história do conhecimento acerca de tudo isto”. Julgo só há relativamente pouco tempo começaram a construir-se bases de dados e a realizarem-se estudos mais aprofundados e estruturados, quer em Portugal, quer no resto do mundo. Ou seja, é provável que daqui a 20 anos tenhamos uma perspectiva bem diferente da de hoje.
Tudo isto para lhe dizer que considero que todas as abordagens ao conceito da sindrome de asperger são possíveis e aceitáveis. Compreendo a sua, mas não concordo com ela. Aliás, começo mesmo a discordar da existência do próprio conceito =Sindrome de Asperger. O que noto, nos casos que conheço ou oiço falar, é que num espectro enorme, com crianças apresentando características, por vezes díspares e com diferentes graus de comprometimento, talvez fosse melhor rejeitar estes conceitos que são, por natureza., herméticos e redutores. Talvez fosse melhor encontrar algo que, não sendo nem pão nem bolo, permitisse integrar todos. E já que gostamos de dar um nome a tudo, o melhor, na minha opinião, seria PEA . Aliás, julgo ser essa a tendência actual.
Saudações leoninas!
Cara mariamartin
No meu último comentário, colocado no espaço relativo ao seu post anterior, referi que já não falaria mais de mim. Disse-o, para que não ficasse a ideia de que estaria a desvirtuar o espaço e a Mensagem. No entanto, e perante o seu último comentário, decidi abrir uma excepção (?). Desculpem-me não o ter colocado no local próprio, que seria no post anterior.
Em primeiro lugar tenho que começar por dizer que, hoje mais que ontem, estou certo de ser Asperger. Provavelmente na sua forma mais ligeira, mas, mesmo assim, Asperger. Cada dia que passa descubro e recordo episódios que tendem a confirmá-lo. E à medida que me recordo (da minha infância ), mais me revejo no meu filho. Qual clone! Começo inclusive a interrogar-me se não teria eu sinais/comportamentos de um maior comprometimento comparativamente a ele.
Ser ou não ser Asperger oficializado por diagnóstico (se é que existe algum protocolo de avaliação de Asperger em casos de pessoas funcionais já adultas) não iria alterar nada de importante na minha vida. Por isso, e como diria o treinador do meu clube: Muita Tranquilidade! Estou completamente tranquilo (embora deva confessar que um Asperger nunca está verdadeiramente tranquilo). Fui e sou Feliz (aqui o conceito de felicidade é aplicado no contexto da sua mais normal e vulgar normalidade).
Relaciona-me diariamente com centenas de pessoas, sendo que com algumas, essa relação já dura há muitos anos. Se perguntarem a todas a essas pessoas se notam em mim alguma “anormalidade”, estou seguro que todos responderão negativamente. Talvez aqui e ali alguns pormenores um pouco mais excêntricos. Tirando esses pormenores e alguns mais, nada de exagerado e visível a olho nu, tenho a certeza que sou visto pelos outros como um “indígena” perfeitamente normalizado/estandardizado. Aliás, se lhes perguntarem por alguma característica que sobressaia, dir-lhe-ão: a Simpatia (desculpem-me, mais uma vez, a imodéstia). Se fizerem a mesma investigação junto dos meus amigos de infância, as conclusões já serão um pouco diferentes. Não deixariam de referir a minha simpatia (Pepsodent – foi durante algum tempo (infância e pré adolescência) a minha alcunha ), mas, provavelmente, contariam episódios mais comprometedores, salvaguardando-se já e não contando com as diferenças que resultam apenas da idade cronológica. Ou seja, acho que inconscientemente consegui desenvolver estratégias de integração/adaptação, entre elas, e como já alguém aqui fez referência e atribuiu importância: o sorriso.
Cara mariamartin, tenho seguramente mais 30 anos que o seu pequeno e ainda hoje me esqueço onde deixei o carro estacionado, do que ia fazer, dos produtos que tinha de comprar, onde guardei determinado objecto, de ir à pesca e esquecer-me das canas, etc... Telemóveis, ainda só não perdi uma boa meia dúzia deles, porque são relativamente fáceis de encontrar. Guarda-chuvas já desisti de comprar. Muitos, mas mesmo muitos só serviram uma vez. Podem até dizer: mas isso são situações que acontecem a qualquer um. É verdade, mas tenho a certeza que não acontece com a mesma frequência que a mim. Esta é uma das minhas outras particularidades: ser do género “aéreo”, “despassarado” e, por vezes, “desastrado”. Mas consigo rir de mim próprio, quando estas situações acontecem. Não chego, nem de perto nem de longe ao M. Bean, mas, em termos de “esquecimento”, ando lá próximo.
Quanto ao meu filho, diagnosticado com Asperger, também versão ligeira, num dos teste na zona do....., apresenta de facto algumas características diferentes do seu. O meu, prima pela simpatia. Aliás, pelo excesso de simpatia, tornando esta características numa das suas excentricidades. Fala e mete-se com praticamente toda a gente, passando assim por engraçado e simpático aos olhos dos outros. Quanto a partilhar sentimentos, fá-lo a toda a hora e a todo o instante. Sejam eles de enorme ternura, com muitos abraços e beijos, especialmente com a mãe, como de zanga e alguma agressividade, especialmente com o pai. Apresenta um forte espírito de humor, é criativo, gosta de se armar em engraçadinho e é mentiroso.
O meu muito obrigado por partilhar connosco as principais ideias da Conferência de Tony Attwood
Uma abraço deste conterrâneo alentejano!
Pai de A
Desculpem-me, saiu em duplicado.
Se for possível, apague um deles.
Obrigado!
Pai de A
Olá a todos, em especial a Maria Martim. Gosto muito de a ler e tenho gostado muito das impressões que aqui nos trás sobre a conferência. Você vai-ms dando a perspectiva adolescente para os meu ainda "bébé".
Fiquei muito triste com a atitude dos colegas de escola do seu filho. De facto os miudos às vezes são muito crueis. Não sei se na escola do seu filho sabem o que se passa ( fiquei com a ideia de que falou com o director de turma). Sem expôr o seu filho, será que a escola não aceitaria fazer uma acção de sensibilização sobre estas questões? claro que de modo muito pedagógico e puxando pelo lado altruísta que todos os jovens possuiem, se lhes for pedido. Por exemplo, sei que o Dr. Lobo Antunes se deslocou a um colégio de Viana do Alentejo para fazer uma acção desse género e sensibilizar toda a comunidade educativa, a pedido de uma mãe de um menino com SA e resultou muito bem. Não sei, mas acho que às vezes estas reacções também são por pura ignorância, mas claro que vão levar a que o seu filho tenha pouca vontade de se relacionar com outros, se não pode confiar neles...
Parabéns pelos resultados desportivos do rapaz!
Um beijinho.
Cara Mrs Noris
Concordo com a toxicidade de que fala a mariamartin e com o facto de os Morangos e quejandos serem bons mestres dos comportamentos-sociais-tipo. Não me parece, de todo, é que um SA possa alguma vez ter essa função de apaziguador dentro de qualquer grupo. A quantidade de competências que é preciso ter para isso estão para além de qualquer caso de SA bem sucedido e bem integrado.
Abraço
Cara Mina
Concordo consigo. Depois da integração na normalidade – leia-se escola – o meu filho está integrado na anormalidade – CAO. Sentiu e ainda sente algumas diferenças – por vezes verbaliza-as –, mas a dado momento acho que se reposicionou e «ligou à terra». Tal como nós, com mais ou menos dor. Contrariamente à Mariamartin, eu acho que nós sofremos mais do que eles. Mas temo sempre por uma eventual depressão, daquelas maiores. Embora ache que a problemática e aquele distanciamento da realidade geral, que não a deles, acaba por funcionar como uma espécie de escudo protector contra as depressões. Neste momento em que não há nem perspectivas de um maior desenvolvimento, nem de qualquer integração, temo sobretudo é pelo dia em que não estiver por cá. O que na minha idade me levou a envelhecer por antecipação uns quantos anos. E ainda acredito – embora com algum cepticismo – na existência de uma qualquer estrutura que agregue de forma mais integradora este tipo de perturbações. Que infelizmente – apesar de algumas tentativas – ainda não surgiu. Irei oportunamente fazer um post sobre aquele papel do NIP do CADIn de que aqui falei em resposta ao comentário ao post anterior do Pai de A. Aquilo de uma empresa como a GALP ser incensada como uma empresa com responsabilidade social ao integrar meia dúzia de casos em bombas de gasolina é quase anedótico. E só é assim porque, de facto, ainda faz qualquer coisa no «mundo dos merceeiros» que querem ganhar sempre mais e mais, sem se preocuparem em devolver à comunidade uma parte do que essa comunidade lhes deu. Perdoe-se-me aqui as expressões um bocadinho panfletárias que sendo excessivas, apesar de tudo me fazem bem à bílis.
Abraço
Cara Mariamartin
É claro que todos nós também tivemos as nossas frustrações na adolescência. É normal e faz parte do nosso processo de crescimento lidar com o sucesso e lidar com o fracasso. E lidar com as nossas insuficiências, físicas e mentais. E todos as temos. Só que nós apercebemo-nos disso! E conseguimos arranjar os antídotos para isso.
Quanto aos seus desabafos, é também para isso que este blogue e os canais de comunicação entre nós servem. Para expor os desabafos, as angústias, os avanços, os recuos. Disponha sempre.
Grande abraço
Cara Mandy
Creio que com mais ou menos diagnóstico, o que a escola tem é de providenciar os apoios necessários dentro de uma PEA ou de uma NEE. E se contactar a escola, explicando o caso, creio que o enquadramento será feito e os apoios irão aparecer.
Cumprimentos
Caro Pai de A
O alargamento do conceito de SA, para além do que está por exemplo no DSMIV, está a ser feito, entre outros, exactamente pelo CADIn. Importa que essa técnica de que me fala e todos nós não percamos isso de vista! Note que o refiro não como crítica porque eu até concordo com esse alargamento e com esse questionamento! O termo PEA é – parece-me e como aliás já referi no meu comentário ao post anterior – um «saco» criado e consagrado recentemente pela legislação para meter tudo aquilo que ainda não tem nome ou cujo nome ainda surge eivado de dúvidas na classe médica e noutras classes profissionais que lidam com estas problemáticas, tal como a SA. Mas urge categorizar isso. E é bom que os médicos o façam. É também para isso que eles existem. O termo PEA é o máximo denominador comum mas é curto e não resolve nada. Não é uma tendência, é um mal menor. É evidente que temos e devemos dar um nome a tudo. É uma necessidade, em primeira linha, de organização mental e, em segunda linha, de intervenção concreta.
Por último, o que chama «a minha abordagem da SA», não é minha, é resultado das circunstâncias. Ou seja, o meu filho com o comprometimento que tem foi categorizado pelo CADIn como SA e depois pelo tal reputado neuropediatra e actualmente grande especialista em SA que em princípio rejeitou o diagnóstico e depois o aceitou. O diagnóstico sendo meu em primeira linha foi depois «chancelado» pela autoridade.
Mas espero e desejo, como já aqui o referi, que muito modestamente este blogue também possa contribuir para essa discussão.
Abraço leonino
Cara Maria Anjos
Acho que a sua sugestão à mariamartin é capaz de ser boa. O CADIn costuma fazer essas sessões que podem ser realmente muito pedagógicas para alunos e professores. E há um projecto na APSA de nome Projecto Gaivota que também faz isso.
Abraço
olá Maria Martin,
li os seus comentários e com 8 anos o meu filho já começa a passar por essas dificéis situações. Na semana passada não encontrava a bolsa da natação, procuramos e até íamos perdendo a aula, acabamos por encontrá-la no balde do lixo numa sala de aula, o meu filho disse-me que já não era a primeira vez...perguntei-lhe se tambem fazia, disse-me que não. naquele momento ficaria mais aliviada se me respondesse que sim, porque sabia que estava dentro da brincadeira, apesar de ser uma brincadeira sem graça para mim, mas para as crianças por sinal é divertidissimo.
Realmente o meu maior sofrimento é vê-lo ser motivo de chacota.
Como mrs.Noris afirmou, também me choca muito é ensiná-los a serem actores, a dizerem o que não pensam, etc. mas vive-se numa sociedade irónica e sarcástica.
mãe de K
Caro Pai de A.,
Retomei hoje os comentários na blogosfera que a falta de tempo não me tem deixado qualquer margem para o lazer e não quis deixar de comentar o seu comentário (perdoem a cacofonia J)! É que pela sua descrição não o comparei ao meu filho Aspie mas sim ao meu marido “aquariano”!!! E passo a explicar.
É rara a semana que não recebo 1 ou 2 sms a dizer “Esqueci-me do telemóvel em casa (ou no carro), espera-me às 12.30h para almoçarmos.” As procuras frenéticas em todos os locais mais inóspitos da casa pelas chaves, a carteira, os óculos são tb estranhamente frequentes...principalmente para uma organizada compulsiva como eu! E descritas por ele com um sorriso aberto, sem culpas nem culpabilizações da minha parte, aceitando-se cada um como é...J
Mas, (há sempre um!), isto nada tem a ver com o que observo no meu filho. Ele sabe sempre onde está tudo (ao contrário do pai) ...até não se “lembrar” de onde pôs alguma coisa e agir descontroladamente como se o objecto tivesse ganho pernas e saído do seu lugar (o que actualmente eu acho que ele desde sempre pensou ser possível!!!) e ficar em pânico porque não sabe do chapéu!!!
Continuo a pensar que é possível que o meu amigo tenha sintomas do SA...mas duvido que o tenha ! Como eu e a Mrs. Norris (desculpa amiga a inconfidência!) temos a mania das limpezas e das arrumações mas não sofremos de síndrome obsesssivo-compulsivo...é a leve e ténue linha da diferença que provavelmente sinto mas não consigo explicar-lhe, que o diferencia de uma patologia.
Mas isso também não interessa nada! Conseguiu ser autónomo, feliz e é mesmo só isso que desejamos para os nossos filhos.
E já agora...em que “monte” está o compadre? Mais para norte? Mais para sul?
Um abreijo amigo!
mariamartin
Cara Maria Anjos,
Ainda bem que acompanha esta minha “viagem” (não encontrei melhor definição) pelos caminhos do AS. A viagem não tem sido fácil...até porque quando me propus a acolher uma criança foi-me inicialmente proposto acolher uma menina que havia ficado com 70% do corpo queimado num incêndio da barraca onde vivia e que, com o coração partido, recusei porque tenho a noção que a minha vida profissional não me permitiria a disponibilidade necessária para os diversos pós-operatórios das cirurgias de reconstrução que ela ainda necessitava. E...aceitei este menino, e a sua irmã que não quis ficar, porque era saudável, esperto, com os seus 3 primeiros anos de vida muito sofridos e que precisava essencialmente de amor...esse, eu tinha muito e tenho para dar...ele é que não sabe como aceitá-lo...! Ou talvez saiba e não consiga demonstrá-lo...
Mas o seu menino ainda tem muito para demonstrar e aprender e, quem sabe, afinal não é nada! Quantas crianças no tempo dos nossos avós tinham “qualquer coisa” e acabaram por ser adultos realizados?!
Quanto à atitude dos colegas do meu filho...bom, vou esperar para ver. Não me parece que tenham ainda a maturidade para entender este tipo de diferença. Nem os pais! Por isso, por ora, vou dar-lhe “férias dos outros”, mimá-lo, ensiná-lo a cozinhar (ele quer aprender!) e esperar por Setembro...logo se verá!
Um beijo
mariamartin
Cara Mãe de K,
Dedico a si também o “comentário ao comentário” do pai de A. Distraídos são uma coisa, Aspies são outra...e são os Aspies o alvo da chacota dos colegas que por vezes nem sabem bem explicar porque os escolhem como alvos.
Exemplo: No Domingo passado as crianças do 5º ano da Catequese, que o meu frequenta, tiveram a “Festa da palavra”, uma pequena cerimónia na qual é entregue o Novo Testamento e é exultada a palavra de Cristo como mensagem. Os pais acompanham os filhos no cortejo de entrada na Igreja mas não têm ensaio!!! Eu, um pouco atrapalhada, perguntei ao meu filho “E agora faço o quê?” ao que ele respondeu “Vem atrás de mim que o padre Roque já me ensinou”.
E foi fantástico! O meu miúdo sabia tudo certinho, fez tudo de forma exemplar e guiou-me ao longo da cerimónia.
Quando fui para o meu lugar estava de alma cheia (mais pelo meu filho do que pela palavra de Cristo, confesso :-)!!!)
Até que a dado momento ele estava sentado ao lado de um habitual companheiro por ocasião da missa e começou a bater com as mãos nas pernas de forma compulsiva. O amigo virou-se para ele e disse “Então meu? Tás-te a sentir bem ou tás a flipar?” (linguagem de pré-adolescente!!!) O meu filho parou com os flapings, olhou para o outro e disse “Não meu, tudo bem!” ...e ficou anormalmente quieto.
Mas eu vi...e percebi...e senti...
Lá estava a pequena diferença...para a qual temos de estar preparados, ter grande poder de “encaixe” e agir o melhor que soubermos.
Ainda bem que gostou dos meus textos! Que sejam úteis é o meu maior desejo.
Ah, já agora, não sou uma fanática religiosa. Tive uma educação católica, tento segui-la nos seus princípios de humanidade mas, essencialmente, a catequese é mais um grupo de convívio para o meu Aspie...na esperança que o velho provérbio “água mole em pedra dura” (...) também funcione com ele.
Um beijo para si!
mariamartin
Caro Asper,
Mais uma vez obrigado por deixar esta sua amiga usar e abusar do seu espaço!
Consigo, com quem partilho uma visão muito similar da SA, não tenho muitas vezes nada mais a acrescentar, como é o caso deste post.
É verdade o que diz, a nossa adolescência pode ter sido difícil mas nós encontrámos e aprendemos a usar os antídotos necessários.Os nossos filhos não sabem como...
Abreijos!
Sou uma mãe com um filho de 14 anos de idade, diagnosticado SÓ ha 1 ano o Sindrome.
Ainda estou muito revoltada com as entidades médicas, com os professores com o mundo em geral!!
Ele não merecia por tudo o que passou, quando lhe chamaram todos os nomes feios, toda a discriminação na escola, e todo o sacrificio que ele mesmo fez para se adaptar a nós quando isso lhe era impossível, acho que sofro tanto como ele.
Agora a ndo a procura de informações para o ajudar,está numa idade didícil, e eu como mãe solteira e com outro pequenino para educar sinto-me um pouco perdida, pois a maior parte das vezes não sei como lidar com ele.
Se alguem me der umas dicas....
Carla
Olá,
tenho um irmão com a Síndrome de Asperger e ele tem mais de 31 anos de idade.
Ele precisa operar um pé, pois tem artrodese do tornozelo, e a médica disse que pessoas com esta síndrome, depois de passarem dos 30 anos, não podem ser operadas, pois correm sérios riscos.
Alguém sabe algo a respeito ou conhece algum livro que possamos ler a respeito?
Desde já, muito obrigada pela atençao.
Joana
Cara Carla
Creio que deve procurar uma ajuda especializada que enquadre clinicamente a situação do seu filho. Não obstante, dicas pode colhê-las aqui, nos demais blogues sobre a SA e o autismo e no enorme manancial e informação que é a net.
Seja bem-vinda e um abraço
Cara Joana
Nunca ouvi tal coisa. Não creio que isso, com base na SA, tenha algum fundamento.
Um abraço e felicidades
,ola,tenho um filho com 14 anos e que ha um ano foi-lhe diagnosticado tendo sindrome de asperger.senti-me tambem muito revoltada porque eu sempre procurei ajuda de varios profissionais privados e nunca nenhum conseguiu me dizer ao certo o que ele tinha.todos estes anos eu corria para os médicos achando que havia algo de errado.a respostas dos médicos era:ele é hiperactivo mas muito inteligente(que,de facto,é).outos achavam que ele era deprimido e perguntavam qual era o nosso ambiente em casa,se eu e meu marido nos dávamos bem.enfim,montes de coisas que so me faziam sentir mal
,com sentimentos de culpa.eu cheguei a pensar que eu era uma má mae...tenho sofrido muito estes anos todos...hoje posso me sentir triste por ele ter sa mas ao mesmo tempo sinto um enorme alívio porque agora sei como posso ajudá-lo e procuro todos os meios para isso.ele é um adolescente muito meigo,muito inteligente,e tenho orgulho nele.o problema grande é nao ter amigos e nao conseguir a aproximaçao dos colegas de escola
.sei que está a sofrer por ser rejeitado.actualmente está a ser seguido por uma psicóloga,ja há um ano e tenho notado uma ligeira melhora e que espero que o vá ajudar a superar esta tristeza actual dele.todas as ajudas sao bem vindas e agradeço algum comentário que me possam dar.obrigado pela compreençao.força para todos
Descobrir que meu filho tinha SA a um ano, hj ele tem 5 anos. Como qualquer pai fiquei triste, mas feliz ao mesmo tempo, pois melhorei muito o meu relacionamento com ele. Hoje ele me abraça, beija-me, em fim tenho conseguido ser o pai que ele merece, uma vez que antes não compreendia o porquê de suas atitudes e isso dificultava o nosso relacionamento. Gostaria de dizer aos pais que têm filhos SA, que somos também especiais, pois Deus nos confiou esses anjos e temos a missão de cuidá -los e ama-los sempre... Acreditem não existe nada capaz de fazer desistir um pai do seu Filho, G. eu te mao!
Oi, eu estou com 15 anos, e li um livro onde comentava um pouco sobre asperger, fiquei curiosa por que isso se parecia muito comigo, agora que pesquisei um pouco acredito que esse é meu problema. Me parece algo de outro mundo eu ter isso principalmente porque não digo a ninguem o que realmente sinto, mas agora concluí que devo mesmo ter asperger. Poderia me dizer algo, eu não sei bem o que posso fazer, mas é algo tão ruim. :/
- Herica
ola,tenho uma filha autista e aspies,luana,tem 19anos,tenho mil duvidas,gostaria de conhecer outras maes etrocar experiencias.
Então ... o fórum parou no tempo ?
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