Os Aspies e a sexualidade (Tony Attwood em Lisboa IX)
Felizmente neste caso, o seu atraso no desenvolvimento social faz com que despertem três ou quatro anos mais tarde para o desejo de ter uma namorada.Isto não significa que o desenvolvimento físico não seja o normal e que, como tal, não tenham apetite sexual, sendo normal a exploração do corpo e a masturbação.
Como é evidente, são totalmente incapazes de fazer aproximações adequadas, podem aproximar-se demasiado fisicamente e antes do momento certo fazer comentários inapropriados, tal como como dizer: «tens um bigode muito giro, gostava de ter um igual», a uma adolescente com buço por quem estão apaixonados.
Não têm a noção do timing de uma relação e por isso não sabem quando devem apenas falar, quando já podem beijar ou quando podem ir mais além.
O objecto da sua afeição pode tornar-se numa verdadeira obsessão, uma vez que os seus sentimentos são sempre exagerados.
Como são ávidos de informação podem ir colhê-la na pornografia e eventualmente ficar com fantasias ou ideias distorcidas sobre o que é uma relação amorosa.
maria martin
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Etiquetas: Adolescência, Comportamento Social, Eventos, Sexualidade
colocado por Asper @ 17:23
12 Comentário(s):
Planeta Asper
Bom, tinha de começar pela mulher de bigode (lol). No caso do meu filho as “flashadas” são sempre miúdas giras. O rapaz tem bom gosto!, o problema é que às vezes ainda não estão na idade aconselhada, embora ele já saiba que têm de ser maiores de idade. A libido manifestou-se na altura normal como em qualquer jovem , aos 13/14 anos. O querer relacionar-se com o sexo oposto já vem depois, pelos 18 anos, o que nunca foi possível dada a forma desapropriada da abordagem, que felizmente limita-se aos olhares perturbadores, de quando em vez, uma abordagem mais física uns encostos. Relativamente ao visionamento de imagens pornográficas, de facto ele não consegue separar a ficção da realidade. E apesar de não ter esses sites bloqueados, digo-lhe sempre para não os visitar. Por enquanto vai seguindo os meus conselhos e a fase da provocação já lhe está a passar. Vai-se contentando a ver as revistas com miúdas e penso que crie algumas fantasias (até porque as revistas são das normalíssimas e ele escolhe as páginas que lhe são mais apelativas). A percepção de que não é correspondido pelos pares, tornam-no mais instável...
Bjs
Cara Mina
Subscrevo genericamente o que disse. O comportamento do meu filho não é muito diferente do que nos relata do seu. Já por aqui se discutiu este tema. Sobre ele, tenho posições muito mas mesmo muito liberais que não vale a pena expender aqui. Porque podia chocar os «espíritos mais sensíveis». Acho sinceramente que a matriz judaico-cristã da nossa sociedade ainda inquina qualquer discussão séria sobre o sexo. Ora, eu acho que o sexo não é pecado, pecado são as más acções e as canalhices que fazemos diariamente uns aos outros. Digo eu, claro!
Abç
Alguem tem uma filha? Eu sei que há mais rapazes que raparigas Aspie e gostava de ouvir a experiência de Pais com filhas.
A minha filhota primeiro foi diagnosticada com Sindrome de Asperger, mas agora alteraram para PDD-NOS.
Confesso que leio muito este blogue que me tem servido de guia.
Mas a minha maior dificuldade é encontrar Pais com meninas de forma a partilhar informação.
Obrigado
Caro Frade
Creio que encontrará, embora em muito menor número, pais com filhas asperger. Poderá ainda contactar a APSA onde seguramente não terá dificuldade em encontrar pais e mães de meninas.
E espero que o PA lhe sirva como ponto de reflexão mas nunca de guia.
Um abraço
Caro Asper
Andei renitente em voltar a comentar este post,que como se verificou pelo nº. de comentários ainda é um tema para o qual estamos muito presos há nossa intimidade, e para o qual tbm não temos estratégias ou respostas concretas ás nossas dúvidas,que são imensas e para as quais confesso tbm não tenho muitos conhecimentos e os que tenho são muito teóricos.Mas achei curioso que da conferência do (Tony Atawood), para todos os temas aqui debatidos , havia indicações do que podiamos fazer , para minimizar alguns comportamentos.Em relação a este não foram dados quaisqueres referências, bem sei que cada caso é um caso, mas tbm o é em outras situações.Falei muito ,mas nada acrescentei, até porque os tabus de facto existem...
Abraços
Caros amigos,
Na verdade a sexualidade continua a ser pouco falada na nossa sociedade e muito menos a sexualidade fora dos parâmetros normais, ou seja, das pessoas com deficiência, dos idosos ou das pessoas com disfunções sexuais. E tal como a Mina referiu, também na conferência o tema foi abordado apenas ao de leve.Mas penso que o principal motivo é que na assistência, pelo que me foi dado a entender, estavam essencialmente familiares de crianças ainda pequenas e profissionais que lidam também com crianças.
Este tema ainda não me preocupa tanto como outros atenta a idade do meu filho mas de certeza que me vai preocupar no futuro. Até porque encaro o sexo como a mesma naturalidade que qualquer outra necessidade fisiológica e, no caso dos portadores da SA, se não conseguirem uma relação amorosa que tenham sexo sem ela. Tal como o Asper, a minha visão é muito liberal...mas ainda não avanço opiniões sem saber em concreto o que me espera.Que o rapaz já sabe todas as "malandrices" e dizer se a miúda é gira ou "boa", lá isso sabe, mas ainda o faz para "acompanhar" a conversa e o interesse do irmão mais velho!!!
Só uma última nota relativamente ao tema: no site do Tony Attwood ou no da clínica mindsandhearts são publicitados alguns livros sobre o assunto, embora pense que ainda não estão traduzidos para português.
Um abraço a todos.
mariamartin
Caro Frade,
Encontrei há alguns meses o blog de uma rapariga com SA e talvez lhe interesse ir lá "espreitar". O endereço é http://www.aspergerknowledge.blogspot.com/.
Um abraço.
mariamartin
Cara Mina
Creio que o n.º de comentários não tem só a ver com a questão do tabu e da intimidade, acho que também tem a ver com algum «umbiguismo» que todos nós temos. A questão da sexualidade interessa-nos mais a nós que temos filhos adultos. Por norma, quem tem filhos pequenos não está nem aí...
Sobre ela, não há de facto nenhumas respostas. O «psi» que segue o meu filho, colocado perante uma questão que tinha a ver com o aumento da libido, disse que lhe ia dar algo para reduzir a «drive sexual»... Note que não faço nenhum juízo de valor. O que é que ele podia fazer?! Mas é o sintoma do «estado da arte» nesta matéria...
Abç
Cara Mariamartin
Não posso estar mais de acordo consigo sobre o «direito» à sexualidade com amor ou sem ele. O problema aqui é onde isso nos conduz... E o facto de eu e Vexa não abordarmos isso de forma directa aqui é também o sinal que a situação ainda não está madura... nem mesmo para nós...
Abreijo
Não sou um pai, sou um homem de 34 anos que começou a procurar na internet e descobrir vários sintomas de SA que atrapalharam a vida profissional e principalmente emocional até hoje.
Alguém teria alguma dica para encontrar esse timing citado acima?
Obrigado. Abrços!
2Até parece ke SA.é sinonimo de felicidade... para mim é um desespero e uma angustia diaria e total.fui casada com um aspie,e,digo-vos ke a sexualidade deles é só deles e para eles...levei 20anos a tentar perceberkual era o problema até ke o meu filho nasceu e eu deixei de ter capacidade para viver com dois...bjs a todos. Tera
Boa tarde, eu tenho 30 anos e tenho todos os sintomas da síndrome de Asperger, podem se o adgostico for puramente visual seria totalmente descartado no meu caso. Não tenho nenhum amigos, tenho muita sensibilidade da luz , ao som, cheiros. Me irrito com facilidade a mudanças e rotinas, principalmente em viagens. Sou hiperfocada a ponto de passar horas fazendo uma determinada coisa. Por exemplo passei dois dias escrevendo sem me me dar conta do tempo, sem comer ou dormir. Já tive vários problemas devido ao olho seco por não piscar o suficiente quando estou focada. Tenho crises e surtos fora do comum por motivos bobos, tenho dificuldade de entender piadas e mundo sorrio por este motivo. Entendo facilmente analogias quando os assuntos são complexos e converso com muita facilidade de qualquer assunto complexo, porém assuntos simples não consigo manter um diálogo. Interações sociais são muito cansativa pra mim, fico extremante cansada mentalmente quando resposta a luz e a muitas pessoas. Porém não recebi o diagnóstico na infância e a minha vida passei sem entender estes comportamentos até começar a ler sobre a síndrome de Asperger. Claro que durante estes anos eu foi aprendendo a lidar com meus limites e imitar os comportamentos padrão . Minha dúvida é eu posso ser uma Asperger , pelos sintomas?
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