«Não estamos sós». Um espaço de reflexão sobre a diferença.
terça-feira, janeiro 16, 2007
Integração SA - Voltar a ampulheta…
Ontem soube que uma instituição idónea efectuou contactos com algumas das maiores empresas portugueses, bem como com algumas dezenas de organismos públicos para se iniciar um processo de integração profissional de jovens com Síndrome de Asperger, tudo devidamente enquadrado e tecnicamente apoiado. As empresas e os organismos públicos teriam sempre o necessário apoio de retaguarda e de monitorização da situação. E nenhum, digo nenhum, passou da fase da entrevista. Quanto mais ser aceite para um estágio, por exemplo! E, claro, menos ainda ter sido celebrado um contrato de trabalho ou similar! É triste mas não me surpreendeu (já em tempos me havia referido a isso neste espaço). Sejamos, porém, consequentes, e assumamos olhos nos olhos, entidades públicas e privadas que a integração social e profissional da deficiência mental é, nos dias de hoje, uma mera figura de retórica. A integração, mal ou bem, é apenas escolar e dá-se até ao 9.º ano. A partir daí é o deserto: leia-se casa ou instituição em tarefa ocupacional em ambiente geralmente com casos mais pesados. Curiosamente, há 30 ou 40 anos, não havia integração escolar mas havia uma integração social e profissional quase natural. Sinceramente, acho que neste processo apenas voltámos a ampulheta e porventura ficámos pior…
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Contudo, continuamos a legislar no sentido de punir as praticas descriminatórias (veja-se a Lei nº 46/2006 de 28.08, que já foi aprovada a sua regulamentação em conselho de ministros de 29.12.2006). De facto, formalmente, parecemos um país atento e que protege os que necessitam, impedindo e punindo as praticas discriminatórias, incluindo no trablho e no emprego como bem define a referida lei. Na realidade, a proteção é isso mesmo: formal. Espero para ver, em concreto, as denúncias e respectiva aplicação, da lei agora regulamentada, mas, com a convicção de que, quando a socidade não sente, não há lei que nos valha! obrigada pela sua partilha, Asper
o problema não é legislativo - como quase nenhum é em Portugal pois leis as há - mas de índole fiscalizadora. Não há instrumentos de fiscalização da aplicação de leis suficientes nem uma justiça expedita que cumpra os infractores. É como o Governo de Vichy em França na II Guerra Mundial - fartava-se de legislar mas quem mandava eram os alemães...
Penso, cara Maria Anjos, que nos últimos anos se avançou muito no que respeita à não discriminação e à integração da deficiência física mas nada, ou muito pouco, em relação à deficiência mental... e com uma sociedade com um modelo de desenvolvimento como o da nossa temo que os próximos tempos não nos tragam nada de bom...
Isso tb é verdade, Radioapilhas, desde o Liberalismo, que leis não faltam, muitas vezes emaranhando-se umas nas outras, e faltam na verdade institutos que zelem pelo seu cumprimento... E nós - meto-me no saco, pois claro - exigimos muito pouco dos poderes e nem sempre do melhor modo...
4 Comentário(s):
Contudo, continuamos a legislar no sentido de punir as praticas descriminatórias (veja-se a Lei nº 46/2006 de 28.08, que já foi aprovada a sua regulamentação em conselho de ministros de 29.12.2006). De facto, formalmente, parecemos um país atento e que protege os que necessitam, impedindo e punindo as praticas discriminatórias, incluindo no trablho e no emprego como bem define a referida lei. Na realidade, a proteção é isso mesmo: formal. Espero para ver, em concreto, as denúncias e respectiva aplicação, da lei agora regulamentada, mas, com a convicção de que, quando a socidade não sente, não há lei que nos valha! obrigada pela sua partilha, Asper
o problema não é legislativo - como quase nenhum é em Portugal pois leis as há - mas de índole fiscalizadora. Não há instrumentos de fiscalização da aplicação de leis suficientes nem uma justiça expedita que cumpra os infractores. É como o Governo de Vichy em França na II Guerra Mundial - fartava-se de legislar mas quem mandava eram os alemães...
Penso, cara Maria Anjos, que nos últimos anos se avançou muito no que respeita à não discriminação e à integração da deficiência física mas nada, ou muito pouco, em relação à deficiência mental... e com uma sociedade com um modelo de desenvolvimento como o da nossa temo que os próximos tempos não nos tragam nada de bom...
Isso tb é verdade, Radioapilhas, desde o Liberalismo, que leis não faltam, muitas vezes emaranhando-se umas nas outras, e faltam na verdade institutos que zelem pelo seu cumprimento...
E nós - meto-me no saco, pois claro - exigimos muito pouco dos poderes e nem sempre do melhor modo...
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