A crisálida e a tolerância-zero
Relativamente à evolução que o meu filho, agora com 19 anos e com Síndrome de Asperger, teve na passagem da adolescência para a idade adulta, a doutrina cá em casa diverge. A minha mulher acha que ele piorou muito. Eu acho que ele piorou pouco. Acho sobretudo que ele desabrochou e acho que a tolerância, a nossa, mas sobretudo a dos outros, a da sociedade, diminuiu muito. Desculpam-se comportamentos disfuncionais às crianças porque são crianças. Desculpam-se comportamentos disfuncionais aos adolescentes porque estão em crescimento, a sofrer transformações, e não são adultos. Não se desculpam atitudes e comportamentos disfuncionais aos adultos. Hoje, às crianças e aos adolescentes desculpa-se quase tudo e, inversamente, aos adultos não se desculpa nada e exige-se quase tudo. A tolerância máxima na infância e na adolescência dá lugar à tolerância-zero na idade adulta. Por outro lado, eu acho que o aconteceu também é que as características que se encontravam em botão na infância e na adolescência como que desabrocharam na idade adulta. Foi uma espécie de amplificação, uma espécie de fenómeno natural comparável ao das mariposas. Foi como que, qual crisálida, num casulo tecido por médicos, terapeutas, professores, e por nós, pais, e ajudado por uma personalidade ainda em formação e, por isso, mais moldável, ele se tivesse aguentado dentro de uma normalidade relativa, mas depois, as características do problema, a borboleta da SA tivesse rompido o casulo e mostrado o seu esplendor. Não sei se este fenómeno é típico ou atípico. A minha mulher nem sequer o sente assim. Esta é, pois, uma interpretação minha e muito pessoal e aqui a partilho convosco. Porque foi exactamente isto que senti que aconteceu com ele. E, gostaria de repetir, espero que aconteça de forma diferente, muito diferente, com todos os outros que agora são crianças.
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Etiquetas: Características, Pais, Professores, Vida adulta
19 Comentário(s):
caro asper
Mais vez corroboro a sua opinião,de facto o fosso na idade adulta é demasiado evidente para passar despercebido.
E o que pudemos considerar normal na infância torna-se intolerante na vida adulta.
Que mais posso eu dizer é a verdade dos factos nua e crua...
Ainda assim persisto na minha teimosia que dias melhores virão.
Às vezes acredito outras não...
Mas tenho que manter a esperança para não me acomodar á situação.
Também espero que a nova geração com o caminho mais desbravado consiga melhores resultados.
Até por que cada caso é um caso...
Os nossos pelos vistos pertecem á mesma "banda".
Um bem haja para si
Maria Viana
Caro Asper,
apesar de ainda não poder fazer a análise que o Asper faz neste post, consigo descortinar, com alguma precisão, os comportamentos que a minha filha tem actualmente e que, possivelmente, terá na idade adulta e que vão marcar sempre a sua diferença.
Concordo que na idade adulta esses comportamentos serão mais dificilmente aceites. Mas julgo que não será só porque mais facilmente os mesmos se "desculpem" às crianças do que aos jovens/adultos ou porque não estão tão marcadas naquelas como nestes (embora, claro, isso também possa suceder - dependerá da evolução de cada um).
Parece-me é que se misturam aqui também questões de beleza, de estética e de protecção: em geral, tanto as pessoas como os animais, em pequenos, despertam mais em nós sentimentos de protecção, de ternura, de beleza, do que em adultos.
Seja como for, acho que fez uma excelente comparação. E, não sei se teve essa intenção, mas encontrei beleza na sua comparação.
Um abraço.
Caro Asper e restantes "tertulianos"
De férias e com acesso limitado à net não pude deixar de vir espreitar o blog e é fantástico ver que a actividade tem sido muita!Quanto ao post, acredito que é essa falta de "evolução" que se espera das crianças que na idade adulta se revela ainda mais.No nosso caso, a 1ª chamada de atenção foi exactamente os comportamentos "abebezados" do nosso aspie.E tal tem vindo sempre a piorar...por estes dias vemos que as suas brincadeiras na praia são exactamente iguais a quando tinha 5 anos.
Por isso, acredito, caro Asper, que a evolução é mesmo essa...a falta de evolução...que nem sequer dá lugar à metamorfose...ou quem sabe dará...A ver vamos!
Um abraço a todos e boas férias se for o caso
Cara Maria Viana
E sobre o efeito crisálida, também concorda? É que para mim, isso é claro. Aquilo estava lá tudo, mas abafado, e depois soltou-se. Acho que ambas as coisas, a menor tolerância e a crisálida, estão ligadas e não sei bem onde começa uma e acaba a outra.
Um abraço
Cara Maria
Creio que até para nós, pais, esses comportamentos se tornam mais intoleráveis, atento o que se espera de um adulto, quanto mais para os outros. Parece-me que onde vê adição eu vejo consequência: esses comportamentos desculpam-se mais facilmente pelas razões que aduz, só isso. A imagem, se alguma beleza tem, foi sem intenção, pelo menos consciente.
Um abraço
Cara Mariamartin
É como diz, muita actividade. Vai seguramente sentir evolução, nem duvide. Nós fomos sempre sentindo. Espero é que não sinta involução. Um dia ainda farei alguns «posts» sobre alguns aspectos específicos dessa evolução.
Boas férias; as minhas também já estão aí. A partir de terça-feira deixo de ter acesso à net, pelo que aproveito para desejar a todos umas óptimas férias
Às vezes tenho a sensação de ser o único com um filho em idade pré-escolar. É estranho ler entradas e comentários acerca do culminar de um processo que mal inicei e no qual deposito tantos medos quantas expectativas. Dou redobrado valor à vossa experiência e ao facto de as partilharem.
Caro "Pai",
a minha tem estado no pré-escolar: entra em Setembro no 1.º ano do 1.º ciclo.
A ver vamos... :-)
Boas férias, caro Asper, e a todos os leitores e comentadores.
Obrigado, Maria. O mesmo para si, se for o caso. E se não for, quando for.
:-)
CAROS LEITORES
ESTE FIM DE SEMANA, NÃO PUDE DEIXAR DE PENSAR NESTE POST SOBRE TOLERÂNCIA ZERO NOS ADULTOS DEFICIENTES. DE FACTO AO VISITAR UNS AMIGOS, ESTAVA LÁ UM CASAL COM UM IRMÃO DE UM DELES, ADULTO DIFICIENTE. NÃO SEI QUE DEFICIÊNCIA É, APENAS SUSPEITO, POIS, APARENTEMENTE, PARECE NORMAL. APERCEBI-ME, PELA FORMA DE FALAR, POUCO INTELIGÍVEL E PELA FORMA COMO FALAVAM COM ELE: COM POUCA PACIÊNCIA. PERGUNTEI SE SE PASSAVA ALGUMA COISA, DISSERAM QUE SIM, QUE ELE VIVIA COM OS PAIS E, QUANDO ESTES MORRERAM,O IRMÃO FOI BUSCA-LO E FICOU A VIVER COM O CASAL. ESTES NÃO TÊM FILHOS, ATÉ TÊM ALGUMA TOLERÂNCIA, MAS NOTA-SE O CANSAÇO. O CUNHADO DELES, ESSE É QUE NÃO MOSTRAVA TOLERÃNCIA NENHUMA, FAZENDO COMENTÁRIOS DO TIPO, " SE EU FOSSE O TEU IRMÃO JÁ TE TINHA DEIXADO EM MARROCAS, ETC, ETC". NÃO TRANSCREVO MAIS PARA NÃO VÓS CHOCAR AINDA MAIS, TAL COMO EU FIQUEI. ELE ALI ESTEVE O DIA TODO, ENTREGUE A SI MESMO, SENDO CHAMADO PARA AS REFEIÇÕES, MAS NUNCA DE UMA FORMA INTEGRADA E PARTICIPATIVA. CONTUDO, QUANDO O MEU FILHO, DE 4 ANOS, COM PERTURBAÇÃO DE ESPECTRO DE AUTISMO, CAIU E ESFOLOU OS JOELHOS, ELE FOI O PRIMEIRO A CHEGAR JUNTO DELE E FOI ESTREMAMENTE CARINHOSO COM ELE. fICARM TODOS MUITOS ESPANTADOS A OLHAR PARA A CENA! DEPOIS, JÁ MAIS TARDE, QUANDO ESTAVAM TODOS DENTRO DA PISCINA, O MEU FILHO QUIS IR TER COM O PAI E ELE PRONTIFICOU-SE PARA O LEVAR JUNTO DELE. tODOS ME DISSERAM QUE NÃO CONFIASSE NELE, MAS EU CONFIEI E DEIXEI LEVA-LO E VI QUE FOI COM EXTREMO CUIDADO QUE ELE ANDOU DENTRO DE ÁGUA ATÉ ALCANÇAR O MEU MARIDO E LHE ENTEGAR, COM TODO O CUIDADO O MENINO. FICOU MUITO FELIZ E FOI COM MUITO AGRADO QUE, QUANDO ME VIM EMBORA, SE DESPEDIU DE MIM COM UM BEIJINHO NA FACE E EU AGRADECI O CUIDADO DELE COM O MEU PEQUENOTE. CLARO QUE ISTO ME FEZ PENSAR EM MUITA COISA, NO FACTO DE COMO SERÁ A EVOLUÇÃO DO MEU FILHO, SE QUANDO EU NÃO ESTIVER CÁ E SE ELE NÃO FOR AUTONOMO, O IRMÃO IRÁ CUIDAR DELE, COMO AQUELE FAZ, ETC, ETC. BOM, MAS VAMOS VIVENDO UM DIA DE CADA VEZ. É TEMPO DE FÉRIAS E DE RECARREGAR AS BATERIAS.
JÁ AGORA, PARA O "PAI", O MEU TAMBÉM ESTÁ EM IDADE PRÉ-ESCOLAR.
ENTÃO UM ABRAÇO E BOAS FÉRIAS PARA TODOS!
CAROS LEITORES
ESTE FIM DE SEMANA, NÃO PUDE DEIXAR DE PENSAR NESTE POST SOBRE TOLERÂNCIA ZERO NOS ADULTOS DEFICIENTES. DE FACTO AO VISITAR UNS AMIGOS, ESTAVA LÁ UM CASAL COM UM IRMÃO DE UM DELES, ADULTO DIFICIENTE. NÃO SEI QUE DEFICIÊNCIA É, APENAS SUSPEITO, POIS, APARENTEMENTE, PARECE NORMAL. APERCEBI-ME, PELA FORMA DE FALAR, POUCO INTELIGÍVEL E PELA FORMA COMO FALAVAM COM ELE: COM POUCA PACIÊNCIA. PERGUNTEI SE SE PASSAVA ALGUMA COISA, DISSERAM QUE SIM, QUE ELE VIVIA COM OS PAIS E, QUANDO ESTES MORRERAM,O IRMÃO FOI BUSCA-LO E FICOU A VIVER COM O CASAL. ESTES NÃO TÊM FILHOS, ATÉ TÊM ALGUMA TOLERÂNCIA, MAS NOTA-SE O CANSAÇO. O CUNHADO DELES, ESSE É QUE NÃO MOSTRAVA TOLERÃNCIA NENHUMA, FAZENDO COMENTÁRIOS DO TIPO, " SE EU FOSSE O TEU IRMÃO JÁ TE TINHA DEIXADO EM MARROCAS, ETC, ETC". NÃO TRANSCREVO MAIS PARA NÃO VÓS CHOCAR AINDA MAIS, TAL COMO EU FIQUEI. ELE ALI ESTEVE O DIA TODO, ENTREGUE A SI MESMO, SENDO CHAMADO PARA AS REFEIÇÕES, MAS NUNCA DE UMA FORMA INTEGRADA E PARTICIPATIVA. CONTUDO, QUANDO O MEU FILHO, DE 4 ANOS, COM PERTURBAÇÃO DE ESPECTRO DE AUTISMO, CAIU E ESFOLOU OS JOELHOS, ELE FOI O PRIMEIRO A CHEGAR JUNTO DELE E FOI ESTREMAMENTE CARINHOSO COM ELE. fICARM TODOS MUITOS ESPANTADOS A OLHAR PARA A CENA! DEPOIS, JÁ MAIS TARDE, QUANDO ESTAVAM TODOS DENTRO DA PISCINA, O MEU FILHO QUIS IR TER COM O PAI E ELE PRONTIFICOU-SE PARA O LEVAR JUNTO DELE. tODOS ME DISSERAM QUE NÃO CONFIASSE NELE, MAS EU CONFIEI E DEIXEI LEVA-LO E VI QUE FOI COM EXTREMO CUIDADO QUE ELE ANDOU DENTRO DE ÁGUA ATÉ ALCANÇAR O MEU MARIDO E LHE ENTEGAR, COM TODO O CUIDADO O MENINO. FICOU MUITO FELIZ E FOI COM MUITO AGRADO QUE, QUANDO ME VIM EMBORA, SE DESPEDIU DE MIM COM UM BEIJINHO NA FACE E EU AGRADECI O CUIDADO DELE COM O MEU PEQUENOTE. CLARO QUE ISTO ME FEZ PENSAR EM MUITA COISA, NO FACTO DE COMO SERÁ A EVOLUÇÃO DO MEU FILHO, SE QUANDO EU NÃO ESTIVER CÁ E SE ELE NÃO FOR AUTONOMO, O IRMÃO IRÁ CUIDAR DELE, COMO AQUELE FAZ, ETC, ETC. BOM, MAS VAMOS VIVENDO UM DIA DE CADA VEZ. É TEMPO DE FÉRIAS E DE RECARREGAR AS BATERIAS.
JÁ AGORA, PARA O "PAI", O MEU TAMBÉM ESTÁ EM IDADE PRÉ-ESCOLAR.
ENTÃO UM ABRAÇO E BOAS FÉRIAS PARA TODOS!
NÃO SEI O QUE ACONTECEU, MAS OS POST ANTERIORES, EM NOME DE SERGIO E ANONIMO, SÃO MEU - MARIA ANJOS - E NÃO SEI EXPLICAR COMO FORAM PARAR AO NOME DE SERGIO. PEÇO DESCULPA AO SERGIO PELO FACTO, MAS NÃO FOI COM INTENÇÃO.
ENTÃO, MAIS UMA VEZ, BOAS FÉRIAS!
MARIA ANJOS
Cara Maria Anjos
Obrigado. Confesso-lhe que compreendo bem o «cansaço» mas já não compreendo a «boçalidade» de comentários como os que expressou, que aliás só apoucam quem os faz. Ainda esta semana, no Expresso, aparece uma carta sobre um grupo de deficientes que foi «expulso» de uma discoteca nas Docas, em Lisboa. O seu comentário lembra-me ainda um outro tema injustamente esquecido, o das «famílias». Temos falado muito nos «aspergers» e pouco das «famílias». E fez-me lembrar do quase inevitável «isolamento social» - ou pelo menos da redução dos contactos sociais - que estes casos vão criando. Falarei, como sempre, do meu caso concreto.
Um abraço
Não quis deixar passar este post sem deixar aqui um comentário sobre a minha experiência pessoal.
Se há coisa que me assusta muito, é verificar que o meu filho, agora com 4 anos e 9 meses, não tem uma maturidade emocional adequado à sua idade biológica. De facto, o meu menino, tem tido uma evolução muito grande neste último ano. Principalmente ao nível motor, está mais coordenado e mais "à vontade" com certas brincadeiras, como por exemplo subir aos escorregas, saltar de locais "altos". Evoluiu muito ao nível da linguagem, pois deixou de falar dele na terceira pessoa. Teve também alguma evolução social, se inicialmente não tinha amigos na escola, agora tem um grupo, ainda que restrito (3 crianças), com quem brinca.
Mas, e há sempre um mas, não lhe encontro uma evolução, mais do que ténue, ao nível emocional. O meu filho, não apresenta uma maturidade superior a uma criança de 2 anos e meio a 3 anos.
E é esta evolução a passo de caracol que deixa muito preocupada. Pois tal como os Asper diz, e bem, no seu post, a tolerância tende a diminuir com o passar da idade.
Eu tal como o Asper, tenho uma visão algo séptica da evolução futura (leia-se autonomia) do meu filho. isto tudo apesar do médico, terapeutas e educadoras que lidam com o meu filho, me dizerem constantemente que o menino, tem um bom prognóstico, que apresenta a síndrome de uma forma pouco marcada e que vais ser um adulto muito funcional e completamente autónomo. Tenho as minhas dúvidas. Se calhar é porque todos os casos que conheço, têm a síndrome mais marcada que o meu filho. Mas, todos eles apresentam uma evolução muito razoável em todas a áreas, excepto na área emocional. São crianças e jovens adultos que se comportam como crianças pequenas.
Mas, na minha opinião, que vale o que vale, o melhor é viver um dia de cada vez.
Só mais uma coisita...
pai, o meu menino também está em idade pré-escolar...
Apesar de pouco familiarizada com blogs venho por vezer tentar absorver algo que me consiga acalmar e dar folego. O meu JB tem 10 anos, e tem sido como subir uma montanha russa, ora cara alegre ora cara assustada. Consigo perceber os vossos medos ... de uma maneira muito clara. Tenho medo do futuro, mas não hei-de desistir.
Cara Cristina
Continuo a achar que quem conhece melhor os nossos filhos somos nós próprios. Pessoalmente prefiro sempre que me tracem o cenário pior e se evoluir para o melhor, excelente.
Cara Anónima
Venha sempre. Não sei se encontrará o que precisa mas pelo menos encontrará gente com o mesmo problema e poderá confrontar situações.
oi, eu não tenho um filho com essa sindrome de asper, nem sei como ela é, mas li esse desabafo da pág. inicial, e me identifiquei com esse pai interessado. é justamente o que penso sobre a criação que a sociedade está dando aos seus filhos hoje em dia. e depois cobra dos politicos, da policia, do sistema todo quando essas crianças tornam-se adultos mal educados,agressivos e até perdidos neste mundão de meu Deus. penso que está tudo errado mesmo. não há mais amor ao próximo, muito menos respeito. tenho 32 anos, um filho de 10 e uma filha de 4 anos. ponho-me sempre a refletir sobre o futuro deles, em que mundo vão viver? tenho muito medo dessa futura geração, pois a minha já não é flor que cheire. mas quando encontro pessoas como essa, que se interessam por essas questões, eu me apaixono! afinal são poucas.
meus pais me deram uma ótima educação apesar de todas as dificuldades. eles são ¨cabeças pensantes¨que eu adoro! e rezo para que no mundo multiplique-se pais como esses, pais ¨interessados¨. QUE DEUS ABENÇÕE TODOS VOCÊS. Beijos carinhosos da Danny.
Estamos a fazer um trabalho sobre a Síndrome de Asperger. Seria possivel uma ajuda sua?
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