A solidão (Tony Attwood em Lisboa II)
Para os Aspies, estar só é uma forma de relaxar, deixando de ouvir, cheirar e ver tudo o que os rodeia e, principalmente, deixando de se esforçar por entender os outros seres humanos que estão ao seu lado, à sua frente, enfim, no seu espaço físico.
Por isso, o seu stresse aumenta de acordo com o número de pessoas que os rodeiam.
Para um Aspie duas pessoas, além de si próprio, constituem uma multidão.
Ao contrário das outras crianças, os Aspies aprendem melhor sozinhos com um computador, uma televisão ou um livro.
Têm um medo verdadeiramente patológico de errar que se agrava se os outros os virem errar e, por isso, preferem estudar ou trabalhar longe dos outros para que ninguém veja e critique os seus erros.
Se quiser que a sua conversa, ensinamento ou sermão produza efeito no seu Aspie, retire-se para o quarto deste e apenas entre os dois, lado a lado (frente a frente ele fica perturbado com o seu rosto!) converse, explique.
Dê-lhe diariamente algum tempo de solidão, de preferência num ambiente sem ruído e luzes fortes, pois eles precisam! O seu cérebro absorve muito mais informação através dos sentidos do que o nosso e por isso por vezes fica sobrecarregado e precisa de deixar de receber informação.
A minha experiência
Ao contrário do que pensávamos, as conversas sérias em família, à mesa do jantar, perturbam-no e não o deixam apreender o que lhe estamos a tentar transmitir. Vamos corrigir para conversas um para um.
Vamos ainda facilitar mais os momentos de solidão e até mesmo promover as situações que lhe causam o relaxamento de que ele precisa, tais como ver desenhos animados na televisão.
mariamartin
P.S. - Junte-se à Comunidade Virtual Planeta Asperger: no Userplane Webchat, no MSN Messenger ou no IRC.
Por isso, o seu stresse aumenta de acordo com o número de pessoas que os rodeiam.
Para um Aspie duas pessoas, além de si próprio, constituem uma multidão.
Ao contrário das outras crianças, os Aspies aprendem melhor sozinhos com um computador, uma televisão ou um livro.
Têm um medo verdadeiramente patológico de errar que se agrava se os outros os virem errar e, por isso, preferem estudar ou trabalhar longe dos outros para que ninguém veja e critique os seus erros.
Se quiser que a sua conversa, ensinamento ou sermão produza efeito no seu Aspie, retire-se para o quarto deste e apenas entre os dois, lado a lado (frente a frente ele fica perturbado com o seu rosto!) converse, explique.
Dê-lhe diariamente algum tempo de solidão, de preferência num ambiente sem ruído e luzes fortes, pois eles precisam! O seu cérebro absorve muito mais informação através dos sentidos do que o nosso e por isso por vezes fica sobrecarregado e precisa de deixar de receber informação.
A minha experiência
Ao contrário do que pensávamos, as conversas sérias em família, à mesa do jantar, perturbam-no e não o deixam apreender o que lhe estamos a tentar transmitir. Vamos corrigir para conversas um para um.
Vamos ainda facilitar mais os momentos de solidão e até mesmo promover as situações que lhe causam o relaxamento de que ele precisa, tais como ver desenhos animados na televisão.
mariamartin
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Etiquetas: Características, Eventos, Família
19 Comentário(s):
Olá a todos,
Nada mais certo, mariamartin. Já contei aqui o quão angustiante é para o meu filho, o jogo da memória. Quando chega a sua vez de jogar, fica mais feliz se não virar as cartas. Isto anula a possibilidade de errar na presença dos outros. Porém, é capaz ficar até ao fim do jogo a indicar, aos outros jogadores, a carta certa.
As refeições com a família são desgantantes para todos. Às vezes pede para comer sozinho na sala, eu deixo porque é também a minha oportunidade de saborear a refeição calmamente. Estou certa que lhe sabe melhor a refeição que faz sozinho a ver TV, do que aquela que faz à mesa com dois pares de olhos a perturbarem.
Às vezes tenho medo que vicie na solidão caseira.
Já tinha deixado de insistir no contacto visual porque percebi que isso fá-lo perder o raciocício.
Abraço.
Cara Norris,
O meu ainda hoje à tarde teve a companhia do vizinho da idade dele,puseram-se os dois a ver um filme, mas como o meu em 45min não dirigiu a palavra ao outro e nem para ele olhou, o outro foi-se embora...E ele aqui tem estado, feliz da vida,sozinho vendo tv,naquelas poses verdadeiramente desconfortáveis para qualquer ser humano...Já tentei explicar à tia com quem o outro menino vive que o meu "às vezes tem umas esquisitices" mas é complicado, até porque amanhã é capaz de pedir para ir brincar com o outro,feliz e contente!!!
Mas já verifiquei que prefere sempre estar sozinho, sobretudo depois de uma semana de esforço de socialização na escola.
Pelos vistos,a solidão é para eles terapêutica.
Beijos!
Cara mariamartin,
Em casa, o meu filho só fica sossegado a ver TV se estiver sozinho. Se houver cá outra criança ele faz tudo menos sentar-se, pura e simplesmente não pára! Ainda há pouco esteve cá o meu sobrinho que é 18 meses mais novo. Andaram os dois numa roda viva, brincaram aos cowboys à volta da tenda, jogaram aos dardos magnéticos, jogaram à bola, regaram as plantas, enfim, uma animação. Enquanto brincam o meu filho vai falando ininterruptamente, às vezes parece nem fazer pausas para respirar. Já a voz do primo mal se ouve. O meu filho praticamente não o deixa falar. O problema é depois fazê-lo parar, é capaz de esgotar-se em pouco tempo e de desencadear uma daquelas birras, por puro cansaço.
Porém, já tive oportunidade de observá-lo no refeitório da escola. Enquanto houver comida concentra-se na refeição, depois permanece sentado, calado e com o olhar vago, até à ordem de levantar. À sua volta, e indiferentes à sua presença, as crianças comem, riem e conversam umas com as outras. Tenho de falar com a Educadora sobre isto. Acho que não faz sentido separá-lo dos seus únicos dois amiguinhos, também ao almoço, embora acredite que isso lhes facilite o trabalho.
Beijo.
Olá todos
Ao meu filho chamos-lhe carinhosamente o "Tocas", pois passa a maior parte do tempo no quarto, onde vê TV;escreve,lê, e conversa com ele próprio.A psicolga, sugeriu tira-lhe a TV, mas acho que já não é possível. é uma companheira da qual já não se consegue separar, ainda por cima com imensos canais, passa o dia a fazer zappings.Acho até que já está formado em teorias e campeões desportivos, desde snooker,ténis,xadrez etc, já não falando de futebol, sabe as regras e os vencedores de cada modalidade...
Quando saí do nosso abrigo,e vai a casa de familiares próximos arranja logo uma "Toca,Substituta",onde investiga a papelada que por lá encontra.
Em casa tento estimula-lo a vermos a programação juntos, mas é mais fácil ser eu a invadir a "Toca" do que ele se juntar a nós, gosta muito de ver concursos de cultura geral, e aí vamos interagindo nas respostas...(só não gosta de cinema).
No entanto adora ir ver jogos á catedral, e até diz que dá sorte ao seu clube, e eu confirmo (lol).
Gosta de passear ir a festas...Mas continua sozinho.Pois não consegue manter uma conversação, se esta não for de um tema do seu interesse,para não ser surpreendido.Se fugirem do assunto ou ele muda para um completamente diferente ou cala-se.
Asper só uma curiosidade o seu filho,gosta de jogar á bola? Diz! Que é o "Cristiano Ronaldo"?Se é eu conheço!...
Um abraço
O de cá de casa não gosta de estar só. Quando acaba de comer deixamo-lo andar à vontade, ele vai para a sala, mas de cinco em cinco minutos volta à cozinha para ver o que se passa. Exige também companhia para brincar. Mamã, sentai aqui. Assim mesmo: sentai. Lol. Nunca dei conta que perdesse o controlo quando tem casa cheia ou barulho, desde que ninguém interfira na sua sesta retemperadora. Quando chega alguém primeiro reclama e tenta pôr a pessoa na rua, dp passa-lhe a sensação de território invadido. De ralhetes não gosta, nem de frente nem de lado. Faz um beicinho que só visto. Gosto muito destes resumos mariamartim. Obrigada. Um beijinho ao asper. Isa.
Boas Noites
Em 1º lugar, dizer ao Asper que não vi nem senti, no seu comentário, qualquer rudeza. Limitou-se a contrapor aos meus, os seus argumentos, com a clareza e civilidade habituais. Embora já conheça (porque, como já referi, frequento o “planeta asperger” há muito tempo), o seu “conceito” de asperger e os argumentos que geralmente utiliza para o defender, considero que fez muito bem em responder. A troca de perspectivas é sempre enriquecedora. Assim, e uma vez que partimos/temos de conceitos diferentes, deixe-me dizer mais qualquer coisa em defesa do meu.
Hoje não falo do meu filho, mas falo de mim. É verdade, não tenho um diagnóstico clínico para o provar, tenho apenas o do meu filho, o que não é, como é óbvio, a mesma coisa. No entanto garanto-lhe que não padeço da síndrome dos efeitos secundários. Porque os efeitos que sinto já os sentia muito antes ao diagnóstico do meu filho. Aliás, sempre os senti. Acrescento mais, à medida que vou lendo novas abordagens à Sindrome de Asperger, mais certo estou do meu auto-diagnóstico. Então este último post da mariamartin: A Solidão(Tonny Attwood em Lisboa II) é um tiro certeiro naquilo que sempre avaliei em mim: sempre vivi dominado pelos sentidos e pelas emoções. Vivo em stress e ansiedade permanentes, especialmente nos períodos emocionalmente mais exigentes. Digo-lhes que hoje, já com mais de 4 dezenas de primaveras cumpridas, só consigo trabalhar no silêncio absoluto. Para mim 1 hora de esforço mental é de um desgaste enorme. E se lhes disser que nas noites que antecedem as minhas competições (sim, há muitos, muitos anos que pratico um desporto/competição a nível federado. Tudo começou como um hobby. Foi a intensidade e a obsessão que me levou para a competição) jamais consigo adormecer. É normal isto acontecer quando se é jovem e se está no início, agora a uma pessoa que compete há mais de 15 anos, julgo não ser tão normal assim.
Quanto à solidão, bom, aí de facto sou diferente. Nunca fui solitário nem nunca gostei de estar sozinho. Mas o meu filho que está diagnosticado, também não.
Frases como: “até uma mosca o distrai”, “está sempre no mundo da lua”, “Quando pega numa “coisa” não a larga”, “facilmente se vicia”, “não se lhe pode dizer nada” são apenas algumas das frases que recordo da minha infância. Caro Asper, se visse a minha secretária, ia ver que não deve ficar muito longe, em acumulado e desorganização, à da do seu filho.
Ainda havia muito (muito mesmo) para dizer. Pode ser que em próximas oportunidades.
Assim, reforço a minha tese: Existem muitos níveis de comprometimento. A maioria conseguirá ultrapassar as dificuldades. Aliás, a maioria nunca será diagnosticada.
Quanto a mim, e para terminar: acho que fui aprendendo, sozinho, a encontrar estratégias de sobrevivência, especialmente a contornar aquelas experiências que para eram fonte de frustração. Na escola primária, era raro o dia em que não me envolvia (envolviam-me) em pancadaria. Na escola primária ( e só neste nível de ensino) senti-me o elo mais fraco.
Já agora, sabem porque é que eu acho que a maioria não chega a ser diagnosticada? A minha profissão permite-me ter um observatório de excelência nesta matéria. Todos os dias contacto directamente com centenas de crianças. Acreditem, vê-se muita diferença!
P.S. A mariamartin fez referência à comunidade asperger no Orkut. Se reparou também lá existem membros ditos aspergers casados e com vidas “normais”. Existem também exemplos de casos, com algum comprometimento, e que viraram sucesso, quer em termos profissionais quer pessoais. E, no caso em que estou a pensar, é uma situação com diagnóstico médico.
Olá a todos,
acredito neste último comentário. Qualquer coisa me diz que o meu filho vai ser autónomo e vai conseguir ser feliz (à sua maneira) e vai conseguir ter uma profissão... costumo ser um pouco pessimista em algumas coisas por isso nessas perfiro nem pensar e deixar acontecer, mas existem certas coisas que tenho grande esperança uma delas é com o meu filho... acredito que vai conseguir ter uma vida "normal". Acredito mesmo nisso.
Realmente se não fosse a minha insistência com o pediatra do meu filho que havia alguma coisa estranha ele não teria havido diagnostico.
mãe de K
Cara Mina
Cá por casa o cenário não é muito diferente. O meu filho, por norma, no seu quarto, ocupa-se completamente. Muitas e muitas vezes não quer sair. Mas quando insistimos, ele vai e acaba por recriar os seus comportamentos noutros espaços. De onde depois também não quer sair. Mas já tem havido períodos em que fica numa tremenda prostração e sem interesse por nada. Coisa que na infância e na adolescência não sucedia.
Fiquei, porém, um pouco confuso com isso da «catedral»?! Conheço a sé de Lisboa mas desconheço que lá se jogue futebol?! ;-)
Não é importante para o caso, mas admito, pelo que diz, que nos conheçamos de alguma iniciativa mais antiga da APSA em que eu tenha participado...
Um abraço
Caro pai anónimo
Antes de mais agradeço-lhe muito não ter sentido rudeza nos meus comentários. Tenho sempre receio que alguma assertividade possa ser confundida com rudeza e até mesmo com arrogância. Além de recear que, nesta matéria tão delicada, os meus comentários possam até ser cruéis, na medida em que podem retirar a esperança a quem a tem. Eles são, porém, apenas fruto da minha própria experiência e do que eu gostaria que tivesse acontecido comigo. E posso – e sei que o faço – acabar por medir os gostos dos outros à imagem e semelhança dos meus. E, nesta matéria, há quem goste de saber e quem não goste de saber. Pessoalmente gosto que me tracem o pior cenário. E se depois se concretizar o melhor, óptimo. Comigo traçaram-me o melhor e aconteceu o pior que aliás nunca esteve traçado...
O meu filho esteve subdiagnosticado até aos 16 anos. Até aos 4 anos nada de anormal lhe foi apontado. Dos 4 aos 16, os mais reputados especialistas desvalorizaram a situação. Inclusive um que é hoje tido como uma sumidade no mundo da SA em Portugal! Aos 16 disseram-me, ele tem SA; ele nunca será autónomo; trate de ir a uma junta médica, que depois lhe atribuiu uma incapacidade de 70%; trate do subsídio de deficiência; vamos ajudá-lo a encontrar uma instituição onde o colocar. Gostava apenas de ter sabido disto mais cedo. Aliás sabia-o no meu íntimo. Mas como os clínicos e algumas sumidades me diziam que estava tudo bem...
Quanto aos nossos conceitos de asperger, é uma pena, de facto, que não exista um único conceito. Evitava-nos uma discussão demasiadamente empírica. Mas infelizmente não há. O diagnóstico de SA em Portugal ainda está a fazer o seu caminho. É possível que dentro de alguns anos, esta realidade tenda a estabilizar. Para já, isso ainda não acontece.
Concordo ainda que existem muitos níveis de comprometimento. Talvez devesse existir um diagnóstico percentual: SA a 25%, a 50%, a 75%, a 100%. E não ironizo. Ou uma outra escala qualquer. Sendo as possibilidades de autonomia medidas dessa forma. Infelizmente, porém, isso ainda menos existe. Estamos assim no reino do arbítrio. E as nossas divergências derivam daí.
Tudo o que me conta não faz de si nem de perto nem de longe um asperger. Ansiosos todos somos. Uns mais outros menos. Grande parte da população anda, aliás, «encharcada» em benzodiazepinas. Obsessivos, em escalas diversas, todos os somos também. Aos menos obsessivos chamamos-lhes perfeccionistas e isso até é tido como uma qualidade. Só quando é patológico cai nessa categoria. E secretárias desorganizadas, isso então nem se fala: havia de ver a minha no meu local de trabalho há uns tempos atrás... Até me diziam que eu estava acastelado atrás do papel. E isso faz de mim alguém com SA? Não! Quanto às comunidades no Orkut, não as conheço. Nem conheço sequer os critérios pelos quais os seus membros foram diagnosticados se é que o foram. Apenas conheço e muitíssimo mal a realidade portuguesa fruto de alguns contactos com a APSA e com o CADIN. E essa diz-me que casos diagnosticados, autónomos, integrados profissionalmente e com família constituída são 0. Pelo menos eram-no até há relativamente pouco tempo.
Um grande abraço também de agradecimento por entendido o meu ponto de vista
Cara mãe de K
Ainda bem! Acho sempre que os pais são os melhores julgadores nessa matéria. Acredito mais na nossa percepção das coisas do que no olhar dos médicos.
Um abraço
Caros amigos,
Esta perspectiva da "solidão terapêutica" nós cá em casa já a tínhamos pressentido, uma vez que o nosso filho ficava mais calmo e com menos tiques após algum tempo de desenhos animados ou de ficar só no seu quarto.Mas é claro que também procura e gosta da companhia das outras crianças.Só que com o crescimento, essa procura dimunui acompanhando a rejeição dos outros...E actualmente, na maioria das situações, se puder ficar sózinho connosco, com os adultos ou mesmo só, ele prefere isso a ir brincar com outras crianças.
Ainda hoje falei com uma Pedopsiquiatra que conheço do meu trabalho e que me disse que na maioria dos casos, quando não existe deficit cognitivo, os aspies conseguem ser autónomos.Gostei de ouvir,é tranquilizador.
Mas tal como o Asper,eu prefiro em tudo na vida ser menos optimista e ser agradavelmente surpreendida, do que alimentar ilusões e cair por aí abaixo...Mas cada um deve encontrar o modo mais confortável e apaziguador que lhe permita enfrentar a situação, seja o optimismo, seja o cepticismo ou a sua forma própria de se manter de pé!Todos somos, felizmente, diferentes e a "receita" de uns não é necessariamente a melhor para os outros.
Um abraço!
A discussão será sempre uma pescadinha de rabo na boca até se clarificarem os graus de Asperger. Dentro do síndroma há vários graus de "gravidade" e, fora dele, há muita gente com uma ou outra característica ou até várias, como será o caso do anónimo. Que anda para aí muita gente sobre e subdiagnosticada anda. É um facto. Para ser honesta, desconfiei da sumidade número um e desconfiarei da número dois, se mantiver o enquadramento de uma PEA. Porque, no momento, não é isso que vejo. Só quando crescer se verá realmente. Na minha opinião, o miúdo terá alguns traços mas não será um Asperger. E se for, almofadarei o seu futuro como puder para que possa ter alguma segurança. Isa
Caro Asper
Pronto, já sei porque não vê a catedral têm andado de luz apagada(lol), só conseguiu ganhar o jogo que o meu filho foi assistir, pudera com o último classificado...
Para os que tem dúvidas fica do outro lado da 2ª. circular.(vamos lá ver para que lado caí o 2º. lugar)...
E não se preocupe (lol) a si não conheço, só o " Cristiano Ronaldo", com quem conversei um pouco, até porque nesse tipo de encontros, eu sou mais pró-Aspie,e normalmente é com os jovens que tento encetar conversação...
Um beijão para ele, já agora para os pais tbm, um dia destes,posso enviar-lhe um email?...
Cara Mariamartin
Confesso-lhe que tinha alguma curiosidade em saber em que dados é que a pedopsiquiatra que conhece se estriba para dizer isso! E se é sobre a realidade portuguesa ou a nível geral! Ou até se é baseado na prática clínica dela! E se ser autónomo significa completamente autónomo, ou seja, em todas tarefas do dia-a-dia, ter emprego, ter família constituída!
E já agora, em relação ao défice cognitivo, já por aqui falado, se é possível diagnosticar Síndrome de Asperger com défice cognitivo?! Se isso não é um contra-senso nos seus termos! E se sim, em que é que esse diagnóstico se fundamenta! As minhas questões/perplexidades podem parecer cínicas mas não são. Digo isto porque me parece que mesmo do ponto de vista clínico andamos a falar com base em impressões sem qualquer correspondência com a realidade pelo menos portuguesa. É que já ouvi um psiquiatra dizer 0 e agora ouço 50 ou mais. E era importante para todos nós, saber onde está afinal o fiel da balança.
Um abraço
Cara Isa
É como diz, de facto. O diagnóstico de Asperger anda, pelo menos por cá, um bocado descredibilizado. E enquanto não se assentar o conceito de diagnóstico, continuaremos a discutir isto. E a termos informações desencontradas sobre a realidade. É quase como as estatísticas das greves em que os números dos sindicatos não batem com os das empresas...
Um abraço
Cara Mina
Creio que a luz dessa tal «catedral» - parece-me que de facto ainda há por lá uma capela - já anda apagada há muito... Vejo ainda que já me pôs no outro lado da 2.ª circular e muito bem, aliás... ;-)
Pode enviar-me um mail quando quiser, claro está.
Abraço
Caro Asper,
Penso que a opinião da maioria dos pedopsiquiatras é baseada na observação ou acompanhamento de muito poucos casos de SA.Esta, em concreto,conheço do meu trabalho,é a única nesta cidade actualmente e falamos frequentemente de jovens que lhe mando para avaliação quando se metem em apuros!
Na verdade,penso que a autonomia a que ela se referia no momento mais não era do que o ter bons resultados escolares,embora vivendo com os pais ainda e por contraposição a um caso que ambas conhecemos e que está aqui na residência da Cerci e tem algum deficit cognitivo.
Mas concordo consigo,se tem deficit cognitivo provavelmente não tem SA...!
E é aí que está a diferença,quer queiramos quer não.
A título de curiosidade e porque são estes episódios diários que nos dão "o diagnóstico", a 1ª coisa que o meu filho disse hoje quando à tarde o fui buscar foi "dei 759 (!) toques de bola na parede do quintal da avó!"...E está com diarreia porque,nas suas próprias palavras "empaturrou-se de pipocas numa festa da escola".
E pronto,foram os 2 acontecimentos importantes do seu dia. :-)!
Claro que não deixou de dizer ao irmão mais velho que ontem não sabia o que era "Ashwitz" (outro problema que enfrentamos,a ignorância do mais velho!)que era uma campo de concentração onde o Hitler maatou os judeus com gás...
Quando lhe perguntei quem eram os judeus e o Hitler, respondeu "não sei, vi no google".
A um falta-lhe a curiosidade intelectual,ao outro a capacidade de processamento da informação...
E viva o fim-de-semana!
Abreijos!
Cara Mariamartin
As minhas perguntas eram mesmo perguntas. Não são a minha opinião.
Por exemplo, eu acho que o deficit cognitivo não é incompatível com diagnóstico de SA. Tenho dois diagnósticos «oficiais» de SA e o rapaz tem deficit cognitivo, de acordo com os teste WISC e etc. E até acho que aquilo que designamos por inteligência risca pouco aqui. Ou pelo menos não faz a diferença. Como sabe já há quem distinga não sei quantos tipos de inteligência diferentes... E uma delas é a emocional...
Quanto ao episódio dos toques do seu rapaz. Nesse caso concreto, acho normal a precisão. Aquilo era «performance», portanto 759 e não 750 pode fazer a diferença... É como os tempos no atletismo em que a décima de segundo também conta...
Quanto a Auchswitz, tem razão. Podia-lhe contar «n» episódios do meu filho que sempre espantaram toda a gente... Qualquer coisa do tipo: mas como é que aquela pessoa pode ter aquele tipo de conhecimento ou saber aquilo...
Abreijos :-) para si também e bom fds
Caro Asper,
Apercebi-me hoje que estou com óculos, dado que ontem não estava, de várias gralhas no meu texto...a idade prega-nos partidas...:-) !
Tem razão quanto ao "tipo" de inteligência, mas também, seja ela de que tipo for, de nada serve.
Além do preciosismo do nº de toques na bola, hoje apercebi-me que ele conta o tempo dos "download" dos jogos de computador...e fica a olhar para o monitor a contar em voz baixa...34,35.36....!
Este fascínio pelos números diz o TA que é mesmo muito comum porque é para eles um factor de tranquilidade e de estabilidade...os números, aos contrário das pessoas e da maioria dos acontecimentos do seu quotidiano são sempre iguais e previsíveis!
Hoeje tive um dia descansado, o que pode não parecer mas foi um acontecimento...:-)!!!
Beijos a todos!
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