Dos 6 aos 8 anos – O mundo físico (Tony Attwood em Lisboa IV)
Enquanto uma criança neurotípica vai para o recreio da escola para correr até à exaustão, andar de baloiço, brincar com os seus amigos em jogos de que todos gostam, os Aspies preferem andar a explorar o formato das tampas de esgoto ou todo o sistema de canalização de esgotos visível, a forma das folhas, os gafanhotos e outros insectos que povoam o espaço.
Acham as outras crianças estúpidas porque não se interessam por estes assuntos e por isso preferem a companhia dos adultos que sabem coisas sobre estes assuntos e parecem até muito entendidos.
Preferem brincar com um cordel ou com um pau do que com as outras crianças.
Nesta faixa etária, os Aspies acham que são adultos, falam e pensam como adultos e, por isso, começam a ser vistos como esquisitos pelos seus pares.
Mas isso não os preocupa pois não têm qualquer interesse em fazer amigos.
Em situações de conflito reagem isolando-se ou agressivamente, seguindo o lema olho por olho....
Um gesto de afeição de outra criança que os abraça se estiver a chorar, por exemplo, pode ser interpretado como um gesto de agressividade e eles reagem em conformidade.
São tão ingénuos que também não distinguem as ofensas físicas propositadas dos meros acidentes.
No recreio, os outros vêem-nos como verdadeiros extraterrestres e ou não se aproximam deles ou evitam-nos.
As outras crianças já procuram nos amigos a reciprocidade, o gosto pelas mesmas brincadeiras, a ajuda mútua em situações de conflito.
O que podemos fazer?
Ensaiar com eles brincadeiras próprias da sua idade.
Ensaiar situações de protecção e de ajuda a um amigo que se magoou e precisa de um abraço ou de ir à enfermaria.
Explicar-lhes as recompensas de ter um amigo que nos ajuda, que nos explica o que não entendemos, que nos defende se alguém nos acusa de algo que não fizemos.
Mais informação em: Tony Attwood - Understanding and Teaching Friendship Skills.
maria martin
P.S. - Junte-se à Comunidade Virtual Planeta Asperger: no Userplane Webchat, no MSN Messenger ou no IRC.
Acham as outras crianças estúpidas porque não se interessam por estes assuntos e por isso preferem a companhia dos adultos que sabem coisas sobre estes assuntos e parecem até muito entendidos.
Preferem brincar com um cordel ou com um pau do que com as outras crianças.
Nesta faixa etária, os Aspies acham que são adultos, falam e pensam como adultos e, por isso, começam a ser vistos como esquisitos pelos seus pares.
Mas isso não os preocupa pois não têm qualquer interesse em fazer amigos.
Em situações de conflito reagem isolando-se ou agressivamente, seguindo o lema olho por olho....
Um gesto de afeição de outra criança que os abraça se estiver a chorar, por exemplo, pode ser interpretado como um gesto de agressividade e eles reagem em conformidade.
São tão ingénuos que também não distinguem as ofensas físicas propositadas dos meros acidentes.
No recreio, os outros vêem-nos como verdadeiros extraterrestres e ou não se aproximam deles ou evitam-nos.
As outras crianças já procuram nos amigos a reciprocidade, o gosto pelas mesmas brincadeiras, a ajuda mútua em situações de conflito.
O que podemos fazer?
Ensaiar com eles brincadeiras próprias da sua idade.
Ensaiar situações de protecção e de ajuda a um amigo que se magoou e precisa de um abraço ou de ir à enfermaria.
Explicar-lhes as recompensas de ter um amigo que nos ajuda, que nos explica o que não entendemos, que nos defende se alguém nos acusa de algo que não fizemos.
Mais informação em: Tony Attwood - Understanding and Teaching Friendship Skills.
maria martin
P.S. - Junte-se à Comunidade Virtual Planeta Asperger: no Userplane Webchat, no MSN Messenger ou no IRC.
Etiquetas: Amigos, Características, Colegas, Comportamento Social, Eventos, Infância
7 Comentário(s):
Será nesta fase, quanto a mim que já se define o quadro da diferença.
E nestas idades, os pares começam a afastar-se destes meninos, que na perpectiva deles , não sabem brincar.Mas no caso do meu filho, distinguiu-se pelos conhecimentos em Matemática e alguns pares aproximavam-se mas com a pouco interesse dele acabaram por se afastar, só ficou uma amiga, que quanto a mim tbm era especial, pela capacidade de entendimento, apesar da tbm tenra idade, mantevesse sempre fiel...
Bjocas
Caros amigos,
Atendendo a que foi nesta faixa etária que recebi o meu filho do coração,só a partir daqui posso fazer algumas comparações com o seu comportamento.
Tal como a Mina diz, penso que é a partir desta idade que a "incapacidade" social começa a notar-se.Lembro-me que o meu ia quase todas as tardes ao parque infantil em frente á nossa casa e aí encontrava-se com os meninos da vizinhança.Andavam a correr, no escorrega, nos baloiços mas o meu "perdia-se" muitas vezes de volta de uma carochinha ou de um pauzinho com uma forma engraçada que encontrava.Não sabia os nomes dos meninos ao fim de vários meses nem nunca pedia para ir brincar com eles,pedia sim para ir andar de escorrega.Na escola,todos eram amigos mas nunca fez nenhuma amizade especial que convidasse para ir lá a casa brincar...o que aliás se mantem até hoje.
Mas esta ainda é a fase em que o facto de andarem todos a correr uns atrás dos outros, a brincar nos baloiços, nas aranhas do parque, "disfarça" a sua dificuldade em interagir.É na fase seguinte,em que o meu está,na qual as brincadeiras já são mais de partilha de cromos ou de conversas que a diferença ainda se torna mais notória.Na maioria das ocasiões, o meu continua a querer correr que nem um louco,a querer brincar no escorrega ou a pendurar-se na aranha e os seus "amigos" já estão noutro tipo de brincadeiras.
O seu vizinho actual,da sua idade e tb com problemas de desenvolvimento poderia já ser o seu "amigo especial" se ele não se mostrasse sempre "enfadado" quando o outro o chama para brincar e se soubesse brincar com ele.Por mais que lhe digamos como se comportam os amigos uns com os outros, ele não consegue deixar de se "esquecer", o verbo mais utilizado no seu dia-a-dia...!
Um abraço a todos!
Tb acho que será nesta fase que as diferenças que existam, mais se farão sentir. Mas daqui até lá, resta-me ir treinando essas sugestões. Um beijo a todos. Isa
Olá a todos,
Sobre as brincadeiras, também noto que o meu se perde com detalhes que vão surgindo ( o tal bichinho, o pau, o cordel). Noto que procura a companhia dos mais crescidos e aí olha para eles, sorri e tenta que eles oa aceitem na brincadeira. Quanto aos ferimentos ou choro dos outros ele fica muito preocupado. Por exemplo: se o irmão se magoa porque bateu com a cabeça na cama, etc, vai a correr buscar a bolsa de gelo que está no frigorifico para ele colocar e vai dizendo "tadinho do Gago, tem doidoi". se faz uma ferida pede um penso, etc. No fim-de-semana, estivemos em casa da madrinha dele que tem uma menina mais nova do que ele um ano, vai fazer 4 e ele 5. A dado momento ela foi para o quarto, pq estava com sono, e começou a chorar. Ele ouviu, veio a correr ter connosco e a dizer: "pessa, pessa, a bébé tá a choaié, tadinha".
Por tudo isto, penso que ele não é nada indeferente ao sofrimento dos outros, pelo contrário, repete isso tb qd está a ver bonecos e há situações em que eles ficam tristes.
Um abraço.
Curiosamente o meu filho é dos que se esgota no recreio. Aliás essa é uma das minhas principais preocupações. Se me atraso mais um pouco já fico preocupada porque quando chego à escola já o encontro a suar uma bica, praticamente desidratado. Pede-me água e diz-me cansadíssimo: Ai...tou sem forças mamã. Depois é um custo para chegar até ao carro.
Se ninguém o ajuda a parar, é capaz de ficar a subir e a descer o escorrega durante uma hora seguida. E sempre, sempre a rir-se.
Beijos.
Caros comentadores(as)
A experiência desta idade com o meu filho já se perde na «longa noite dos tempos», como diria alguém que conheci.
Falando do meu próprio percurso: acho que, tal como foi referido, nesta idade se começam a notar mais as diferenças em relação ao período anterior. Isso sem dúvida. Com as «patetices» da adolescência, a coisa ainda disfarça. Com o final da dita e a entrada na idade adulta, aí é que já não há disfarce possível. O que de bom se adquiriu está adquirido, já não há muito a fazer do ponto de vista das aprendizagens a nível do comportamento social. A personalidade está formada. A partir daí, gere-se a situação.
O que foi dito, apesar de ser referido com sujeito indeterminado, aplica-se apenas à minha própria experiência.
Bom fim-de-semana a todos
Tudo isto é novo para mim, sempre achei o meu filho diferente.
Estou a adaptar-me a esta realidade, agora ele tem 6 anos e percebo muito coisa que é diferente.
No recreio fica de parte a obervar, no enatnto, assim que chego à escola explode de alegria como se tivesse estado toda a tarde a correr no recreio.
Enviar um comentário
<< Home