Dos 8 aos 10 anos de idade – Querendo fazer amigos (Tony Attwood em Lisboa V)
É só nesta altura que começam a querer fazer amigos mas as outras crianças não entendem o que eles dizem, riem-se deles e não querem a sua companhia.
É nesta faixa etária que se apercebem que são diferentes.
Num Aspie, todas as emoções vão de 0 a 100 em segundos e são sempre exageradas para a situação. Daí as birras e os gritos em situações sem qualquer importância para nós, bem como a grande tendência para a depressão em vez da simples tristeza.
É nesta idade que por vezes criam um mundo paralelo imaginário, noutro planeta, na época dos dinossauros, mas sempre um mundo onde não há escola nem pessoas. E se falar com os amigos imaginários aos 6 anos é comum nas crianças mais novas, nesta idade começam já a ser vistos pelos outros como psicóticos.
É nesta faixa etária que se apercebem que são diferentes.
Num Aspie, todas as emoções vão de 0 a 100 em segundos e são sempre exageradas para a situação. Daí as birras e os gritos em situações sem qualquer importância para nós, bem como a grande tendência para a depressão em vez da simples tristeza.
É nesta idade que por vezes criam um mundo paralelo imaginário, noutro planeta, na época dos dinossauros, mas sempre um mundo onde não há escola nem pessoas. E se falar com os amigos imaginários aos 6 anos é comum nas crianças mais novas, nesta idade começam já a ser vistos pelos outros como psicóticos.
Por vezes tornam-se arrogantes, sentem-se superiores aos outros miúdos que não sabem nada sobre astros, ou cálculos matemáticos, ou macacos da floresta amazónica.
Porque são inteligentes, muitos adoptam a estratégia da imitação e daí alguns poderem, em adultos, tornar-se excelentes actores.
Nesta idade, e na maioria dos casos por toda a vida, o objectivo de uma conversa com alguém ou de ter um amigo é obter informação e não criar laços de afectividade.
Os amigos são amigos funcionais – servem para alguma coisa – e aproximam-se das outras crianças para trocar cromos ou recolher informação sobre um assunto que essa criança saiba.
A interpretação literal torna-se cada vez mais evidente.
Não conseguem distinguir os amigos dos inimigos nem as más intenções dos outros.
O que podemos fazer?
Ensiná-los a ouvir os outros, fornecendo-lhes tópicos de conversação.
Dizer-lhes que não se devem aproximar demasiado das outras pessoas – a distância do seu braço esticado é uma distância adequada.
Ensinar a não falar demasiado depressa e a não interromper os outros – sempre que alguém está a falar é como se o semáforo vermelho estivesse ligado. Só podem falar quando o outro parar – nessa altura o semáforo verde acende-se e eles podem então falar (o paralelismo com os sinais de trânsito, por serem visuais, parece ser uma boa estratégia ou instrumento para os ensinar).
Pedir-lhes para classificarem as pessoas como animais – se o pai fosse um animal, seria qual? e a mãe? e a professora? – pode ajudá-los a distinguir os bons dos maus.
Nesta fase torna-se ainda mais fundamental elogiar as suas capacidades e qualidades por forma a aumentar a sua auto-estima, que tende a baixar muito à entrada na adolescência.
A minha experiência
Vou aumentar e muito a dose diária de elogios pois a auto-estima está em geral muito em baixo devido à pressão dos colegas na escola e à falta de amigos.
Porque são inteligentes, muitos adoptam a estratégia da imitação e daí alguns poderem, em adultos, tornar-se excelentes actores.
Nesta idade, e na maioria dos casos por toda a vida, o objectivo de uma conversa com alguém ou de ter um amigo é obter informação e não criar laços de afectividade.
Os amigos são amigos funcionais – servem para alguma coisa – e aproximam-se das outras crianças para trocar cromos ou recolher informação sobre um assunto que essa criança saiba.
A interpretação literal torna-se cada vez mais evidente.
Não conseguem distinguir os amigos dos inimigos nem as más intenções dos outros.
O que podemos fazer?
Ensiná-los a ouvir os outros, fornecendo-lhes tópicos de conversação.
Dizer-lhes que não se devem aproximar demasiado das outras pessoas – a distância do seu braço esticado é uma distância adequada.
Ensinar a não falar demasiado depressa e a não interromper os outros – sempre que alguém está a falar é como se o semáforo vermelho estivesse ligado. Só podem falar quando o outro parar – nessa altura o semáforo verde acende-se e eles podem então falar (o paralelismo com os sinais de trânsito, por serem visuais, parece ser uma boa estratégia ou instrumento para os ensinar).
Pedir-lhes para classificarem as pessoas como animais – se o pai fosse um animal, seria qual? e a mãe? e a professora? – pode ajudá-los a distinguir os bons dos maus.
Nesta fase torna-se ainda mais fundamental elogiar as suas capacidades e qualidades por forma a aumentar a sua auto-estima, que tende a baixar muito à entrada na adolescência.
A minha experiência
Vou aumentar e muito a dose diária de elogios pois a auto-estima está em geral muito em baixo devido à pressão dos colegas na escola e à falta de amigos.
maria martin
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Etiquetas: Amigos, Características, Colegas, Comportamento Social, Eventos, Infância, Vida adulta
13 Comentário(s):
Agora apercebo-me que no meu filho as birras e os gritos, mesmo enquanto bebé de colo, sempre foram exagerados. Bastava alguém aproximar-se e disparava numa gritaria que era um Deus nos acuda para o acalmar. Com o tempo as birras têm sido menos frequentes e substituidas pela simples rabugice, que aliás também me irrita e por isso tento tentado contrariar.
A questão da funcionalidade dos amigos para já ainda não não se coloca. Gosta de brincar com eles, embora já tenha notado de facto uma certa superioridadeque entendi como uma tentativa de liderança. Por exemplo, ele usa muito os termos "Tu deves" ou "tu tens de" fazer isto ou aquilo.
Relativamente à interpretação literal já identifico algumas dificuldades. Porém, quando não percebe, questiona, o que eu acho positivo. Ontem perguntou-me o que era "matar a sede". E mesmo depois de lhe ter explicado muito bem, voltou a perguntar-me.
Cumprimentos.
PS: Não podia deixar de vir cá registar (lol): Pensava eu que ele não tinha percebido, mas enganei-me. Veio agora ao meu pé dizer: "mamã quero matar a sede!" disse-lhe onde estava a garrafa dele e quando voltou ao meu pé: "Mamã, já bebi água, já matei a sede." Boa meu filho, prova superada!
Boas,
Mais uma vez começo por pedir desculpas, pois este texto não é propriamente um comentário ao(s) post colocado pela Mariamartin com os “ecos” da Conferência do Sr, Tony Attwood, mas sim um regresso/continuação ao meu comentário anterior.
Tenho estado fortemente indeciso se devia, ou não, dar continuidade ao meu “ponto de vista”. Não consegui resistir. O meu lado obsessivo não me deixou estar ”calado”!
Começo por perguntar: Quantos sintomas são necessários para se poder ser considerados Asperger ? Eu não sei! Alguém entre vós sabe? Quando referi algumas características da minha personalidade que considero compatíveis com o perfil da Síndrome de Asperger, referi e sublinhei que eram apenas algumas. De facto, considero ter muitas mais.
Não me interpretem mal, não pretendo ser “Asperger à força” apenas para me consolar ou para poder manter a certeza (que efectivamente tenho) da funcionalidade futura do meu filho. Acho efectivamente que sou portador da Síndrome. É verdade, esta certeza apenas surgiu quando o meu filho foi diagnosticado. Foi só neste momento que passaram a fazer sentido uma série de características da minha personalidade que, até então, não passavam disso: uma espécie de peças de um puzlle às quais eu não conseguia dar ou transformar numa unidade.
Assim, e sem mais demoras cá vão mais algumas características, começando no entanto por recordar algumas já referidas:
1. Aos dois anos de idade ainda não falava – o meu pai, comerciante numa pequena aldeia da Província era “gozado” pois que o filho era mudo.
2. Por volta dos 5 anos fui fazer testes audiológicos num dos maiores especialistas na matéria. Os meus pais suspeitavam que eu não ouvia bem.
3. Usei sapatos ortopédicos por recomendação do “médico da aldeia” (até aos 6 anos) porque andava em bicos de pés, não porque tivesse “pé chato”.
4. Sou obsessivo. Lembram-se vos ter falado na prática na ansiedade da competição? Pois os meus campeonatos começaram a semana passada, mas garanto-vos que há mais de 15 dias que não consigo “governar a vida”. A minha cabeça não consegue pensar noutra coisa.
5. Recordo-me dos anos difíceis na escola primária onde fui um alvo fácil. Hoje tenho essa consciência.
6. Sempre me queixei aos meus médicos da minha ansiedade e stress permanentes.
7. Sempre me achei imaturo comparado à rapaziada e aos homens da minha idade. Quando jovem os meus amigos eram sempre mais novos ( com esses eu conseguia-me impor e dominar) ou então era porque tinham as mesmas áreas de interesse que eu (já vou falar sobre elas).
8. Lembro-me uma vez de na Faculdade duas colegas comentarem acerca de minha pessoa: “Já reparaste que o M. quando fala connosco nunca nos olha nos olhos.” . Foi só aí que tomei consciência de uma característica que tinha há muito (provavelmente desde sempre) . A minha timidez com o sexo oposto era brutal (hoje já não é tanto). Sempre tive algumas amigas, agora conviver com meninas numa outra dimensão, uff, --muito complicado. No entanto o meu 1º namoro com contacto físico aconteceu aos 17/18 anos. Na altura era considerado um verdadeiro borracho (desculpem-me a imodéstia) e algumas, na época, já conseguiram tomar a iniciativa. No entanto lembro-me de ter feito tanta “figura triste” que ainda hoje me riu envergonho dessas situações. Devo ainda dizer que dos 20 até quase aos 30 anos foi um deserto amoroso. Uma difícil travessia. Pese embora algumas pretendentes, a timidez segurava-me como um colete de forças. Quanto ao olhar no olhos dos outros (independentemente do sexo), hoje tudo está muito bem treinadinho. Mas mesmo assim é difícil aguentar o olhar durante muito tempo.
9. Quanto a interesses obsessivos na infância (que ainda hoje perdura) recordo-me do Futebol, mais concretamente do meu grandioso SPORTING. Na altura em que o futebol era na rádio ao Domingo à tarde, refugiava-me sozinho com o meu transistor e aquilo era um sofrimento danado. Em caso de derrota era choro certo. Também memorizei aqueles dados estatísticos para “defender” o meu Sporting, do tipo: É o único Clube da Europa a conquistar 3 taças europeias em 3 diferentes modalidades (Futebol, Corta-mato e Hoquei Patins); o único Clube a conquistar 4 campeonatos consecutivos ( infelizmente hoje já não posso fazer uso deste argumento)
10. Gostava tanto de futebol ( bom, naquela altura, não havia miúdo nenhum que não gostasse), mas até aos 10 anos era, se não o último, o penúltimo a ser escolhido, para a formação das equipas. A sorte é que ninguém ficava de fora, nem que, naquele campo de dimensões ultra reduzidas, jogassem 20 contra 20. Apostei tanto no futebol, que acho que foi em parte por ele que comecei a ganhar o respeito dos meus pares. Lembro-me das horas intermináveis (muitas mesmo) em que eram apenas eu, a bola e as paredes. Foi em parte a jogar sozinho que refinei a minha técnica. Foi já com 16 anos que de último a ser escolhido passei a ser o primeiro. Ainda hoje não consigo viver sem futebol, seja jogado por mim ou pelos outros.
11. Apesar do sucesso do futebol e da profunda timidez com o sexo oposto, aos 15, 16, 17 e por aí fora até aos vinte e muitos, acho que os outros quando me avaliavam ficavam sempre confusos: como é que este fulano que custa a entender indirectas/ingénuo, suja sempre a camisa ( com dezenas de nódoas) na hora das refeições, espalha restos de comida pela mesa, anda sempre a rir (sorrir), não tem coragem para falar com as raparigas em que está interessado, etc..., consegue depois, apesar de distraído e esquecido, transitar de ano (atenção nesta altura o insucesso escolar aqui pela Província era assustador. Dizer ainda que do 2º ciclo até ao 9º ano estudei num colégio interno), jogar bem o futebol e algumas outras coisas.
12. Já dos tempos de faculdade relembro a irritação dos colegas/amigos com algumas das minhas manias (estereotipias) : o fio de prata que em vez de andar no pescoço, andava horas a ser enrolado num dos dedos da mão, num vai e vem permanente. Às vezes saía disparado para o chão. Uma vez foi parar ao meio da estrada (Av. Braancamp em Lx). Tive que pedir para o trânsito parar para o poder apanhar, enquanto os meus amigos riam de gozo.
Lembro também a irritação deles, quando era capaz de andar uma semana inteira a cantarolar um ou dois versos, não mais, de uma determinada canção. Irritavam-se também, quando chegada a hora de ir à cantina, eu lembrava tal necessidade recorrendo sempre à mesma expressão. Isto durante 4 anos.
13. Algo a que eu nunca dei importância no meu comportamento, até ter lido num comentário no “Planeta Asperger”, e que levou imediatamente a verbalizar: Porr- ,comigo acontece exactamente a mesma coisa. Nunca consegui caminhar ao lado de ninguém. Tenho que ir sempre à frente de tudo e de todos. Quando ia às compras com a minha mãe e agora com a minha esposa, levava-as e levo-as sempre ao desespero. Caminho pelo menos um metro à frente delas. Mas sempre. Já não recordo quem referiu este tipo de comportamento.
Vou ficar por aqui, pois acho que já me alonguei em demasia. Podia falar também na dislexia, nalgumas excentricidades, etc.... Podem perguntar: mas tinhas muitos amigos? Sim, nunca me fechei e aprendi como fazer amizades. Já o meu filho, diagnosticado com Asperger também peca por excesso de simpatia. É capaz de deixar o pai e a mãe e partir com alguém que conheceu há pouco. Segundo a minha mãe, eu também era assim, daí que ainda me recorde dos “massacres” que levava, chamando-me a atenção que não podia “confiar” em toda as pessoas, blá..blá...etc.. .
Um Abraço a todos!
A partir de agora o pai anónimo passará a ser o pai de A.
PS. desculpem-me alguns erros, ortográficos , de sintaxe e outros. Só de pois de o publicar é que o reli de forma mais atenta.
Caro pai anónimo/de A
terei sido, pelo menos, uma das pessoas que referiu o facto de nunca ter tido o meu marido a caminhar ao meu lado. E digo-lhe que é uma das coisas que mais me custa... tente fazer um esforço, sim? :-)
Mas parece-me que a grande diferença é que V. "funciona", com mais ou menos dificuldades: "funciona socialmente". O problema é que grande parte dos nossos filhos poderão nunca conseguir vir a "funcionar socialmente", pelo menos o suficiente para poderem ter uma vida autónoma...
Cumprimentos a todos.
Maria Martim,
a minha filhota tem sete anos e ainda fala muito pouco.
Procurei escolher o melhor possível o estbelecimento de ensino para o seu 1.º ano e creio que foi a minha melhor aposta até hoje.
Não porque tenham experiência com estes casos. Nunca tiveram e, a acrescer, o professor está a dar aulas pela primeira vez na vida...
Mas têm um ambiente familiar e de afectos, uma pedagogia de ensino que me parece bem adaptada ao caso (método global adaptado) e várias horas dedicadas com actividades de atelier. Cada ano do 1.º ciclo só tem uma turma e cada turma não ultrapassa os 15/18 meninos. Enfim, trata-se de uma "casa grande", como que uma família, onde a secretaria ocupa uma sala minúscula e as crianças se sentam ao colo da senhora que lá trabalha. Onde as meninas do 4.º ano fazem as vezes de irmãs mais velhas e andam de roda dos mais novos. Todos os dias a minha filha está rodeada de uma ou duas ou mais crianças, que lhe lêem histórias ou a quem ela conta uma história (aprendeu a ler sem qualquer dificuldade).
E a evolução dela este ano tem-me surpreendido. Quero relembrar que ela é bastante marcada (muito mais do que os casos que aqui tenho visto descritos) mas tem um ar leve, de pura felicidade, que me deixa muito descansada.
Tudo para concluir que, para mim, a "terapia dos afectos" continua a ser, de longe, a melhor técnica, desde que utilizada porque quem com ela está todos os dias: a família e a comunidade escolar. E naturalmente, a aprendizagem da relação com o Outro vai-se fazendo. Por imitação, entre abraços, beijos, histórias e desenhos.
Um abraço.
E, mais uma vez, cumprimentos a todos.
Mariamartim, abuse dos elogios, é isso mesmo! É aí que acaba por desembocar o meu fio do raciocínio. O melhor é fazê-los entender que há pessoas assim, maravilhosas e incompreendidas, que só mais tarde encontram o seu lugar social. Até lá, façamos sobressair todas as qualidades que têm sobre os demais, mas sem que se julguem nem superiores, nem inferiores. A minha prática é nenhuma, como sabe, mas a vontade é férrea. Um beijo. Isa
Caro pai de A, os sinais são de facto muitos e algo comprometedores do seu bem-estar. Nunca duvidei que os tivesse, mas o que está mal é a falta de uma terminologia própria para graduar os SA. Imagine o tal leque que representa o continuum do espectro, de uma lado o autismo, no extremo oposto o SA. Ora, se há vários graus de autismo, eles terminam em SA, o que acaba por originar o seguinte: se nós sabemos que também há SA leves, porque não há então uma continuação do leque para a direita? Porque é um facto que muitos dos que chamamos SA são na verdade autistas leves. E o seu caso, por exemplo, sendo SA não se pode comparar ao daqueles que se esquecem de vestir o sobretudo num dia de Inverno, para não dizer pior. Ou de comer, ou de dormir, etc. Há uma fase em que os rótulos já pouco importam. Redefini-los só serve para regularmos as nossas conversas internas, neste momento. Na vida lá fora, uma redefinição deste género serviria para ajustar intervenções e para que não se julgasse que todos os meninos com autismo são iguais. Pai de A, se acha que é Asperger, ou foi, ajude a ajudar: crie um blogue e relate experiências. Faz-lhe bem a si, a nós e aos meninos. Fica esta minha sugestão. Parabéns por ter dado a volta. Isa www.soucomotu.blogspot.com
Olá a todos,
O meu filho acabou de fazer os 8 anos. Acho que sim o meu filho quer fazer amigos, mas q.b.
Gosta de ter poucos amigos mas escolhe-os a dedo.
Caro pai de A., acredito que sim tem de facto alguns traços da sindrome, é como o meu filho, espero que o meu filho consiga ser assim autónomo e que consiga ter uma vida minimamente sociável, apesar de alguns percalços , o facto é que agora adulto já consegue governar a sua vida minimamente e isso já é optimo. Como o meu filho foi diagnóstificado com traços ligeiros da sindrome, acredito também que o meu filho consiga...
Tenho muita esperança que o meu filho consiga ser autónomo.
Apesar de não ter notado baixa auto-estima, tento sempre elogiá-lo, pelo menos ele é seguro de si próprio e isso já é muito bom.
mãe de K
Caros(as) comentadores(as)
Agradeço a todos os diferentes testemunhos, reflexo das v. experiências pessoais.
Caro pai de A
Existem testes com critérios e pontuações. Consoante preencher ou não esses critérios, assim pode ou não ser diagnosticado com a Síndrome.
Não encontro no conjunto de características que me elenca nada que configure o diagnóstico da Síndrome. Talvez o definisse como um pouco obsessivo, ansioso, tímido. Apenas e só. Mas também não sou médico! É possível, porém, que tenha traços, como na questão do caminhar que já aqui abordei. Ouvi uma vez o Dr. Nuno Lobo Antunes dizer e cito de memória: Quando vejo os pais aspergers, encontro neles os mesmos sinais dos filhos só que muito menos amplificados. Talvez aconteça o mesmo consigo. Mas isto sou eu a dizer, claro!
O problema é – tal como diz com grande lucidez – querer ser só para justificar a crença na futura funcionalidade do seu filho... Mas essa resposta, só v. a pode encontrar no fundo de si mesmo...
Deixe-me ainda dizer-lhe, em relação ao ponto 9, que eu também sou asperger e muito. Se quiser ainda um dia trocamos argumentos. Eu tenho (tinha) mais alguns para a troca... ;-)
Um abraço leonino
Caras Maria, Isa e Mariamartin
Sobre a «terapia dos afectos», compreendo-a mas não acho que ela seja uma solução para a autonomia. Serve para eles serem felizes mas não serve para serem autónomos. Para serem mais autónomos e mais independentes, a «terapia dos afectos» é apenas uma parte da solução e nem sequer a maior. E discordo frontalmente do «use e abuse» de que fala a Isa. A «terapia dos afectos», sem mais, não prepara ninguém para o mundo real. Mas se os queremos apenas felizes, ok.
Obviamente, esta é a minha opinião. Pessoalmente valorizo imenso as opiniões diferentes e até as prefiro às concordantes. Acreditem ainda que não quero impor a minha a ninguém. Mas também não a posso, nem devo, sobretudo neste fórum, calá-la. Espero que entendam. Além do mais cada um de nós acredita no que quer. E ainda bem que nem todos gostamos do amarelo...
Abraço
Asper, posso vir a mudar de ideias em certos aspectos, como é lógico. Ainda dou os primeiros passos. Ele é ainda muito bebé e ainda não sobressaíram as características de défice de socialização. Mas sei que acontecerá em breve. Nada sei ainda de concreto, a bem dizer. O reforço positivo não pode descurar o necessário "treino" para a autonomia. Se assim fosse, eu passaria os dias a elogiar o meu filho, sem lhe ensinar o que quer que fosse. Não. Como poderia ser? Não concordo com o treino exagerado e obnubilador da sua personalidade, nem com a total falta de treino. O que eu não quero é que ele, alguma vez, se julgue pior só por ser diferente. Ele tem de ter consciência plena de que sofre de uma neuroperturbação que não faz dele pior do que ninguém. Faz dele um ser inábil em certos aspectos. Enalteço as qualidades sim. Fá-lo-ei sempre. Beijinhos! Isa
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