Terapias – to be or not to be
Tem-se falado, quer nos posts, quer nos comentários, na eficácia das diversas terapias aplicadas aos portadores de Síndrome de Asperger (SA). Dou, como sempre, apenas a minha opinião, resultado da minha experiência, sem procurar extrapolar e sem fazer da minha experiência particular uma lei geral. Distingo nelas dois tipos de abordagens terapêuticas, as de natureza mais psicológica – para simplificar psicoterapias, terapias comportamentais e afins – e as de natureza mais física ou motora – para simplificar psicomotricidade e afins. É claro que muitas delas se encontram a meio caminho, isto é, estão na charneira entre uma e outra.
Quanto às primeiras, não creio que tivessem melhorado substancialmente o desempenho do meu filho. As características de base da Síndrome são tão profundas e estão tão inculcadas no seu ser e no seu estar que não me parece que os diversos tipos de acompanhamento de que beneficiou tenham melhorado muito o quadro. Encontro mesmo um paralelo entre estas características e as perturbações obsessivo-compulsivas. Ou seja, ele sabe que aquele não é um comportamento socialmente aceitável mas o que leva a ele sobrepõe-se a qualquer terapia ou ensinamento como uma espécie de pulsão interior incontrolável. E temos, assim, que, ou não sabe e não se apercebe, ou sabe e apercebe-se, mas a SA é mais forte do que ele. O resultado final, porém, é o mesmo. Isto é o que eu acho.
Quanto às segundas, ou seja, as terapias que visam melhorar algumas características de base motora da SA, creio que os progressos registados são assinaláveis. Dou-vos um exemplo. O meu filho gosta muito de ver e de jogar futebol. Mas tem – e sempre teve – muito pouco jeito. Lembro-me até de alguém me dizer que um dos parâmetros que um conhecido médico no diagnóstico da SA costuma usar é exactamente o do «jeito para o futebol». Se tem jeito, é bem provável que não seja SA, se não tem é bem provável que seja. Pretende-se, no fundo, aferir do nível de desajeitamento motor através de uma actividade comum e quase unânime entre as crianças: o futebol. Ora o meu filho beneficiou, desde cedo, de terapia de psicomotricidade, com um técnico de mão-cheia, com o qual estabelecemos ao longo do tempo uma excelente relação. Era um técnico e uma pessoa por quem nutrimos ainda hoje uma grande estima e que recordo com saudade. E nesta área, a da destreza motora – motricidade fina e não só – mercê dos apoios que teve e da sua própria persistência, o desenvolvimento do meu filho foi muito bom. Continua com pouco jeito para o futebol, é certo, mas comparando com o ponto de partida, a evolução foi notável e, posso dizê-lo, surpreendeu-me.
Quanto às primeiras, não creio que tivessem melhorado substancialmente o desempenho do meu filho. As características de base da Síndrome são tão profundas e estão tão inculcadas no seu ser e no seu estar que não me parece que os diversos tipos de acompanhamento de que beneficiou tenham melhorado muito o quadro. Encontro mesmo um paralelo entre estas características e as perturbações obsessivo-compulsivas. Ou seja, ele sabe que aquele não é um comportamento socialmente aceitável mas o que leva a ele sobrepõe-se a qualquer terapia ou ensinamento como uma espécie de pulsão interior incontrolável. E temos, assim, que, ou não sabe e não se apercebe, ou sabe e apercebe-se, mas a SA é mais forte do que ele. O resultado final, porém, é o mesmo. Isto é o que eu acho.
Quanto às segundas, ou seja, as terapias que visam melhorar algumas características de base motora da SA, creio que os progressos registados são assinaláveis. Dou-vos um exemplo. O meu filho gosta muito de ver e de jogar futebol. Mas tem – e sempre teve – muito pouco jeito. Lembro-me até de alguém me dizer que um dos parâmetros que um conhecido médico no diagnóstico da SA costuma usar é exactamente o do «jeito para o futebol». Se tem jeito, é bem provável que não seja SA, se não tem é bem provável que seja. Pretende-se, no fundo, aferir do nível de desajeitamento motor através de uma actividade comum e quase unânime entre as crianças: o futebol. Ora o meu filho beneficiou, desde cedo, de terapia de psicomotricidade, com um técnico de mão-cheia, com o qual estabelecemos ao longo do tempo uma excelente relação. Era um técnico e uma pessoa por quem nutrimos ainda hoje uma grande estima e que recordo com saudade. E nesta área, a da destreza motora – motricidade fina e não só – mercê dos apoios que teve e da sua própria persistência, o desenvolvimento do meu filho foi muito bom. Continua com pouco jeito para o futebol, é certo, mas comparando com o ponto de partida, a evolução foi notável e, posso dizê-lo, surpreendeu-me.
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Etiquetas: Características